Dilma entra em campo com Ganso e Neymar: um grande momento do Discurso sobre o Nada
Com a segurança de um lateral escalado para acompanhar Pelé sem perder Garrincha de vista, Dilma Rousseff resolveu incluir no Discurso sobre o Nada um capítulo sobre futebol. Começou por dizer o que pensa de Neymar e Ganso. Depois de analisar o vídeo de 45 segundos, Celso Arnaldo decidiu convocá-lo para a seleção dos melhores […]
Com a segurança de um lateral escalado para acompanhar Pelé sem perder Garrincha de vista, Dilma Rousseff resolveu incluir no Discurso sobre o Nada um capítulo sobre futebol. Começou por dizer o que pensa de Neymar e Ganso. Depois de analisar o vídeo de 45 segundos, Celso Arnaldo decidiu convocá-lo para a seleção dos melhores momentos de Dilma Rousseff. Confira:
O bisonho comentário da Dilma hoje cedo no twitter, a respeito da lista de Dunga, passou a ideia de que ela também não entende de futebol ─ se é que entende de alguma coisa.
“Torci pelo Ganso e pelo Neymar, sim, mas agora que a seleção foi anunciada, vamos apoiar, confiar e torcer pelo time do Dunga!!!”
Mas era um julgamento injusto ─ o formato de 140 toques certamente prejudicou-lhe o raciocínio. Porque, na entrevista de ontem à noite para a imprensa gaúcha, indagada sobre a seleção, Dilma Rousseff revelou-se um João Saldanha de terninho, pela análise ferina e cortante a respeito da não-convocação de Neymar e Ganso.
Se a ouvisse antes, é provável que Dunga se convencesse:
“Na minha humildade, né, no meu chinelo da minha humildade, eu gostaria muito de ver o Neymar e o Ganso. Porque eu acho que 11 entre 10 brasileiros gostariam. Porque deu alegria ao futebol. Porque, a gente… Eu vi. Cê veja, eu já vi. Parei de vê, voltei a vê. E acho que o Neymar e o Ganso têm essa capacidade. Fazê a gente olhá.. Porque é uma coisa que, né, mexe com a gente. Tem esse lado brincalhão e alegre.”
Nenhum dos ferrenhos defensores de Neymar e Ganso na seleção descreveu melhor o futebol mágico da dupla santista, que enfeitiçou 11 de cada 10 brasileiros ─ mais feitiço do que isso, impossível.
De chinelos humildes, um dia Dilma contará ao neto Gabriel, que nascerá depois da Copa, quem foram Neymar e Ganso, transformados numa só entidade: “Menino: eu vi. Cê veja, eu já vi. Parei de vê, voltei a vê”. Nem a avó de Gabriel Garcia Márquez, inspiradora de “Cem anos de solidão”, transmitiu ao neto um realismo tão mágico.
Este vídeo é titular absoluto na seleção de melhores momentos de Dilma. Talvez mereça a camisa 10.