Assine VEJA por R$2,00/semana
Augusto Nunes Por Coluna Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Celso Arnaldo e as reminiscências do neurônio solitário: ‘Meus três melhores amigos eram grandes amigos e amigas’

CELSO ARNALDO ARAÚJO Um Sanatório Geral esta semana deu conta de que o símbolo sexual de Dilma Rousseff era Che Guevara ─ revelação feita à revista Gloss de setembro, que inquiriu as duas candidatas, Dilma e Marina, sobre o que pensavam quando tinham entre 20 e 30 anos de idade. Pauta esquisita ─ mas reveladora. […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 14h17 - Publicado em 10 set 2010, 21h52
  • Seguir materia Seguindo materia
  • CELSO ARNALDO ARAÚJO

    Publicidade

    Um Sanatório Geral esta semana deu conta de que o símbolo sexual de Dilma Rousseff era Che Guevara ─ revelação feita à revista Gloss de setembro, que inquiriu as duas candidatas, Dilma e Marina, sobre o que pensavam quando tinham entre 20 e 30 anos de idade. Pauta esquisita ─ mas reveladora.

    Publicidade

    Se a escolha de Che como sex symbol parece ter sido marqueteiramente estudada ─ é mais provável que a escolha na época recaísse sobre Zé Dirceu, que então arrasava corações entre as revolucionetes brasileiras ─ as demais respostas de Dilma, quase sem exceção, indicam que, aos 20 anos, o pensamento da jovem idealista tinha a mesma consistência do da presidente pré-eleita.

    Com vocês, Dilma Vana Rousseff, dos 20 aos 30:

    Publicidade

    Eu era….mais jovem

    Continua após a publicidade

    Na minha casa…conspirava-se pelo país

    Publicidade

    Eu encanava com…ideias contra o povo

    Tinha medo de…não conseguir mudar nada

    Publicidade

    Tinha mania de…buscar soluções

    Continua após a publicidade

    Meus três melhores amigos eram…três grandes amigos e amigas

    Publicidade

    O amor era…lindo

    Meu livro de cabeceira era…emprestado

    No meu armário não faltava…conforto

    Continua após a publicidade

    Minha balada preferida…. A Balada de Narayama

    Meu maior fora foi…chegar na hora errada

    O que eu mais ouvia….”calma”

    Meu ponto fraco…é o meu ponto forte: não desistir

    Continua após a publicidade

    Meu grande charme…você é quem diz

    No chuveiro eu cantava….Granada

    De madrugada eu….planejava

    Eu tinha ilusão de…poder voar

    Continua após a publicidade

    Se alguém dissesse que eu seria presidente…ficaria desconfiada da sanidade mental da pessoa

    Na verdade, não são respostas de uma adolescente doidivana (perdoem o trocadilho), sem nada na cabeça além de um vago ideário de liberdade e igualdade. São respostas elaboradas por Dilma na condição de presidente pré-eleita do Brasil, com sua atual cabeça, para a menina que um dia foi.

    Das duas uma ─ ou ela não evoluiu em 40 anos ou involuiu: como o questionário foi respondido pela sexagenária, é certo que as respostas da jovem Dilma tenham sido permeadas pela linguagem torturada e ausência absoluta de ideias da candidata que trocou Che Guevara por Luiz Inácio em seu coração.

    Por uma via diferente ─ não mais um discurso ou uma entrevista desastrosa, mas uma espécie de Questionário de Proust para principiantes ─ Dilma não deixa a menor sombra de dúvida sobre sua desesperadora incapacidade de pensar o Brasil, sua gente e, pior, a si mesma.

    A perigosa mente in albis de Dilma revela que ela era mais jovem aos 20 anos do que agora; que seus três melhores amigos eram três grandes amigos; que o amor era lindo; que, encanada com “ideias contra o povo”, foi a inspiradora de Márcia Goldschmidt (“mexeu com você, mexeu comigo”); que pedia livros emprestados mas não lia; que ironicamente cantava Granada no chuveiro enquanto planejava de madrugada atentados a bomba; que seu armário era confortável; que seu ponto fraco era ao mesmo tempo seu ponto forte; que seu grande charme está na cabeça de quem perguntou; e, finalmente, que desconfia da sanidade mental de quem consegue imaginá-la como presidente.

    Verdade: somos todos sãos. Mas não estamos salvos.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.