Em junho de 2003, o jurista sergipano Carlos Ayres Britto chegou ao Supremo Tribunal Federal por indicação de Lula e depois de ter sido candidato a deputado federal pelo PT. Nos anos seguintes, até a aposentadoria compulsória em outubro de 2012, ele ensinaria que as decisões de um genuíno juiz não podem ser influenciadas por preferências políticas ou ideológicas.
Ao afastar-se da presidência do STF (e das etapas finais do julgamento do Mensalão), Ayres Britto se transformara num admirável exemplo de independência. Essa independência intelectual foi reiterada no Roda Viva desta segunda-feira. Além do mais importante julgamento da história do STF, a pauta do programa tratou de várias questões em debate no Brasil de 2015.
Ao longo da conversa de uma hora e meia, transmitida ao vivo pela TV Cultura, Ayres Britto falou sobre a roubalheira do Petrolão, o instituto da delação premiada (“colaboração premiada”, ele corrige), a maioridade penal, as ilegalidades que ameaçam Dilma Rousseff e os possíveis desdobramentos jurídicos da crise política e econômica.
A bancada de entrevistadores reuniu Ricardo Gandour (diretor de Conteúdo do Grupo Estado), Belisário dos Santos Júnior (advogado e presidente do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta), Vera Magalhães (editora da coluna Painel do jornal Folha de S. Paulo), Joaquim Falcão (professor de Direito Constitucional da FGV no Rio de Janeiro) e Carlos Melo (cientista político do Insper).