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Augusto Nunes

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Até Gleisi quer distância do paraíso bolivariano

Ninguém foge para as maravilhas socialistas veneradas por esquerdopatas. Todo mundo sonha fugir de lá

Por Augusto Nunes Atualizado em 26 fev 2018, 17h27 - Publicado em 26 fev 2018, 16h52
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  • O que desmoraliza de vez a conversa fiada dos esquerdopatas é o movimento de entrada e saída. Ninguém foge para paraísos socialistas. Todo mundo foge (ou ao menos sonha fugir) dessas excrescências político-ideológicas. Enquanto Berlim esteve dividida em duas partes, por exemplo, não se soube de um único e escasso alemão que tenha fugido para o lado comunista. Nem seria preciso fugir: era só cruzar a pé o Portão de Brandenburgo. Em contrapartida, milhares de pessoas se expuseram a todos os riscos para alcançar a liberdade e a democracia na Berlim capitalista.

    Desde a implantação da ditadura dos irmãos Castro, há quase 60 anos, nenhum barco tripulado por fugitivos do imperialismo americano atracou nas praias de Cuba. Mas incontáveis nativos escaparam clandestinamente a bordo de qualquer coisa que flutuasse, e se perdeu a conta dos que morreram tentando o litoral dos EUA. Como na Alemanha antes da reunificação e na ilha-presídio no Caribe, tem sido assim na Venezuela devastada pelo socialismo bolivariano.

    Todos os dias, atravessam a fronteira do Brasil multidões de venezuelanos atormentados pela fome, pela inflação, pelo desemprego e pela violência da ditadura chavista hoje liderada por Nicolás Maduro. Até agora, nenhum morador do lado de cá — venezuelano ou brasileiro — se animou a empreender a travessia no sentido contrário. Não apareceram interessados em desfrutar do paraíso criado por Hugo Chávez e herdado por Nicolás Maduro.

    Gleisi Hoffmann, por exemplo, não para de fazer declarações de amor à Venezuela, mas parece achar que uma temporada na maravilha bolivariana incapaz de produzir até papel higiênico é bem pior que a perspectiva de uma temporada na cadeia do Brasil de Temer. A Justiça, aliás, deveria propor uma troca à presidente do PT: se sobrevivesse a alguns meses no paraíso chavista disfarçada de dona de casa venezuelana, seria poupada da gaiola no país natal.

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