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‘Cru e quente’, de Dora Kramer

PUBLICADO NO ESTADÃO DESTA QUARTA-FEIRA DORA KRAMER Ditados simplificam pensamentos, desconsideram as nuances de cada situação, mas convém não desprezá-los como porta-vozes da experiência. Sobre os malefícios da afobação, por exemplo, há vários. Citemos apenas dois: um diz que a pressa é inimiga da perfeição; outro alerta o apressado para o risco de comer cru […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 06h06 - Publicado em 5 jun 2013, 14h58

PUBLICADO NO ESTADÃO DESTA QUARTA-FEIRA

DORA KRAMER

Ditados simplificam pensamentos, desconsideram as nuances de cada situação, mas convém não desprezá-los como porta-vozes da experiência.

Sobre os malefícios da afobação, por exemplo, há vários. Citemos apenas dois: um diz que a pressa é inimiga da perfeição; outro alerta o apressado para o risco de comer cru e quente o seu repasto.

O ex-presidente Luiz Inácio da Silva ignorou tais conselhos quando, no início do ano, aproveitou um encontro do PT para reiterar a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição.

Segundo alguns autores, a ideia era estancar o falatório sobre a possibilidade de ele mesmo ser o candidato à Presidência em 2014. Outra versão reza que Lula pôs a eleição na roda para mudar a pauta naquele momento voltada para as peripécias de Rosemary Noronha no governo enquanto desfrutou de sua bênção e proteção.

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A motivação pouco importa. A questão agora é o efeito colateral que Lula, com sua celebrada intuição política, não pesou nem mediu. Abriu o debate da sucessão como fez em 2008 ao lançar a “mãe do PAC” à cena no mês de fevereiro, com a mesma antecedência.

E acaba aí a semelhança. A situação da economia era outra, o humor dos aliados era bem melhor, o comandante tinha ascendência sobre a tropa, não havia oponentes no campo governista e aos políticos em geral interessava sentar no banco do carona de Lula.

Não é raro ouvir nos partidos ditos situacionistas que devem muito ao ex-presidente, mas que Dilma deve à ajuda deles em grande parte a sua eleição.

Nesse cenário inteiramente diverso é que a antecipação da campanha mostra suas consequências nefastas. Animou a oposição a sair da toca, abriu espaço e deu justificativa à dissidência de Eduardo Campos e semeou inquietação antes do tempo entre os que deveriam estar concentrados na tarefa de renovar o contrato com o eleitorado.

Houve um erro de cálculo: antecipada a sucessão presidencial, anteciparam-se as demais campanhas e com elas a crise de aflição que assola deputados, senadores e governadores na busca de boas posições no jogo.

Abafa o caso. A fim de não criar confusão com o PSD que pode lhes render boas alianças estaduais no ano que vem, os tucanos pararam de criticar Guilherme Afif Domingos pelo acúmulo das funções de ministro em governo do PT e vice-governador em administração do PSDB.

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De onde farão cara de paisagem durante os dois dias em que Afif assumir o Palácio dos Bandeirantes na próxima semana, quando Geraldo Alckmin irá a Paris.

Para fins de conveniência eleitoral, a tucanagem compara a situação àquela em que o vice ocupa também uma secretaria no governo. Fazer de conta que é igual não isenta a realidade de dizer que uma coisa é uma coisa. Outra coisa é a expressão do cinismo em estado sólido.

Redemoinho. A inflação cresce, o poder de compra decresce, o endividamento aumenta, o crédito farto desaparece, a confiança no governo estremece e as pesquisas começam a registrar curva de popularidade descendente.

São os sinais objetivos que os apostadores do mercado eleitoral levam em conta para avaliar as chances de Dilma Rousseff na reeleição e fixar a cotação das ações de seus oponentes.

A especulação gera fatos, alimenta profecias que se autorrealizam e leva as forças políticas à dispersão. O governo tem agora um olho na economia outro nos próximos quatro meses, até início de outubro, quando se encerra o prazo para mudanças e/ou filiações partidárias para os candidatos às eleições.

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