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Quando vamos acordar?

Precisamos aprender com os exemplos de Estados Unidos e China

Por Alon Feuerwerker Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 jul 2020, 11h31 - Publicado em 10 jul 2020, 06h00
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  • O país onde a doutrina liberal deu mais certo quando levada à prática foram os Estados Unidos da América. Do outro lado do mundo, um caso em que os mecanismos de mercado tiveram resultado expressivo é a República Popular da China. Convém olhar o que funcionou nesses dois exemplos para copiar acertos. De erros, temos portfólio próprio.

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    Esse é um exemplo de narrativa. Verdade que existem sempre hiatos, gaps, entre narrativas e fatos. De vez em quando, ou quase sempre, narrativas são instrumento útil para simplificar e embelezar uma realidade, com o propósito de construir argumentos para a disputa ideológica. Assim foi e continuará sendo a humanidade. Para todo o sempre.

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    Mas narrativas são importantes sim. Elas ajudam a forjar coesão social e política, sem o que nenhum agrupamento humano alcança objetivos. Disputas sobre valores e rumos não são jogos retóricos vazios. Constituem armas, especialmente quando as ideias nascidas da reflexão sobre os fatos conseguem, elas próprias, transformar-se em força material.

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    Dois pilares são estruturantes na ideia que a sociedade americana faz dela própria: 1) não aceitar passivamente o apetite crescente do Estado por impostos; 2) dar grande importância ao império da lei, que ali chamam de rule of law. E o grande programa social da China, responsável por tirar mais de 1 bilhão de seres humanos da pobreza, é o emprego.

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    Emprego criado especialmente na, e pela, iniciativa privada.

    “Nunca as ideias liberais enfrentaram tão pouca resistência quanto no Brasil deste governo”

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    Por aqui, talvez nunca as ideias liberais tenham enfrentado tão pouca resistência quanto neste Brasil de Jair Bolsonaro. E nunca houve entre nós tanto consenso majoritário de que cabe aos capitalistas ser o motor principal da retomada da prosperidade. Há debates em torno disso, mas nenhuma visão realista consegue apresentar alternativa com o mínimo de viabilidade.

    Mas o discurso fica diferente quando se passa para a fase de tirar as ideias do papel. Não sei se há algum outro lugar em que economistas liberais estejam propondo aumento de impostos em meio à recessão econômica provocada pela Covid-19. E num aspecto, reconheço, não somos originais: no apoio a episódios de manipulação da Justiça com objetivos político-­eleitorais.

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    Por aqui a rule of law, como dizem, ainda está devendo. Aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei.

    E o emprego, o esquecido? Qual é a iniciativa real para fazer avançar a indústria, única capaz de produzir bons postos de trabalho em quantidade para absorver o estoque excedente de mão de obra, especialmente a mais jovem? O que estamos fazendo para aproveitar, nesse ponto, o real desvalorizado e dar um grande salto também na exportação de manufaturados?

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    Os Estados Unidos chegaram aonde chegaram com a rule of law e a poupança privada. Há alguma mitologia nisso? Sim, mas a narrativa reflete algo da realidade. A China construiu o maior programa social do mundo, e se apresenta como a nova superpotência do século XXI, gerando empregos principalmente pela exportação de bens manufaturados.

    E nós, vamos acordar quando?

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    Publicado em VEJA de 15 de julho de 2020, edição nº 2695

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