A partir do próximo domingo, 29, a Terra contará com duas luas — pelo menos temporariamente. Isso acontece porque um pequeno asteroide, com o tamanho aproximado de um ônibus, será capturado pela órbita terrestre, onde ficará preso por 57 dias, até o dia 25 de novembro.
A descoberta foi feita pelo Atlas, um sistema de alerta da Nasa que detecta asteroides que podem colidir com a Terra, utilizando um telescópio em Sutherland, na África do Sul, em agosto. Os pesquisadores analisaram a trajetória do objeto e publicaram os achados no RNAAS, um periódico científico da Sociedade Americana de Astronomia.
De onde vêm a mini-lua?
Chamado de 2024 PT5, o objeto vem do cinturão Arjuna e, por enquanto, os pesquisadores ainda não conseguem dizer se se trata de um asteroide convencional ou se ele, na verdade, é um pedaço de rocha desprendido do nosso satélite natural.
É comum que objetos desse agrupamento se aproximem da Terra, mas eles precisam chegar muito perto e estarem relativamente lentos para serem capturados pelo nosso campo de gravidade. Esse ficará por quase dois meses atrelado a Terra, mas depois disso, antes mesmo de completar uma volta completa, seguirá sua trajetória solitária. Ele só deve voltar a se aproximar em 2055.
Infelizmente, o objeto não será visível a olho nu, mas a descoberta animou astrônomos. Até há pouco tempo, a tecnologia disponível não permitia a visualização de objetos tão pequenos, o que nos impedia de saber se essas mini-luas temporárias eram frequentes, mas isso tem mudado. “Só recentemente é que a nossa capacidade de pesquisa atingiu o ponto de os detectar rotineiramente”, disse o astrônomo do Instituto Tecnológico de Massachusetts Richard Binzel, à agência The Associated Press.
Outros objetos semelhantes já fizeram visitas como essa. O asteroide 2022 NX1, por exemplo, fez sua primeira passagem em 1981 e, depois, voltou a aparecer em 2022. Já em 2020, o objeto 2020 CD foi capturado pelo campo gravitacional e ficou orbitando a Terra por dois anos, ininterruptamente.
Aparentemente, ainda existe muito sobre o universo — e sobre a nossa própria vizinhança — que ainda precisamos descobrir.