Desde que o Telescópio Espacial James Webb (JWST) iniciou sua operação, em 2022, ele tem revelado detalhes impressionantes sobre os primórdios do nosso universo. E isso acaba de acontecer mais uma vez: em um artigo divulgado nesta quarta-feira, 13, pesquisadores revelam a presença de três “monstros vermelhos”, logo nos primeiros anos após o Big Bang.
Com a capacidade de enxergar ondas que viajaram por muito tempo – e portanto, nos permitem um olhar para o passado – o JWST tem mostrado que o universo primitivo não era exatamente como imaginamos. E a descoberta mais recente é um bom exemplo: de acordo com a publicação feita na Science, três galáxias do tamanho da Via-Láctea já estavam presentes no primeiro bilhão de anos após o Big Bang, quando, esperava-se, apenas aglomerados consideravelmente menores deveriam existir.
Como essa descoberta muda o que sabemos?
A teoria mais convencional sugere que as galáxias surgem de grandes halos de matéria escura. Essas estruturas capturam o gás disponível no universo e, por força gravitacional, leva a formação de estrelas. “O instrumento a bordo do telescópio espacial permite-nos identificar e estudar o crescimento das galáxias ao longo do tempo e obter uma imagem mais clara de como a massa estelar se acumula ao longo da história cósmica”, disse Pascal Oesch, pesquisador de astronomia da Universidade de Genebra e coautor do estudo, em comunicado.
Até agora, acreditava-se que apenas cerca de 20% desse gás seria convertido em estrelas. Isso, contudo, limitaria bastante o tamanhos das galáxias, impedindo que estruturas tão grandes como a Via-Láctea se formassem tão cedo na história do Universo. “Esses resultados indicam que as galáxias no Universo primitivo poderiam formar estrelas com eficiência inesperada”, disse Mengyuan Xiao, autor principal do artigo. “Os Monstros Vermelhos são apenas o começo de uma nova era em nossa exploração do Universo primitivo.”
Essa não é a primeira vez que descobertas como essa acontecem. Logos nas primeiras publicações advindas dos dados do JWST, os pesquisadores notaram que haviam “galáxias impossíveis” já nos primeiros 300 ou 400 milhões de anos após o Big Bang, o que desafiava o modelo convencional de formação de galáxias.
Há, contudo, uma outra explicação possível. Embora a maior parte dos astrônomos afastem essa ideia, há quem diga que, na verdade, o que está errado não é o modelo de formação das galáxias, mas a idade calculada do universo. Isso é polêmico pois há muitas outras evidências que dão suporte para a ideia de que o nosso “infinito” tem não mais que 13,8 bilhões de anos. A ver.