São muitos os indícios de que pode existir atuação estrangeira, via redes sociais e WhatsApp, para influenciar nas eleições brasileiras.
Em reportagem recente de VEJA, destacou-se a atividade anormal em prol de candidatos, a exemplo do líder das pesquisas à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL) (confira no link). Consultorias políticas obscuras, como a inglesa (e já extinta) Cambridge Analytica – que agiu no Facebook em favor de Donald Trump na corrida presidencial estadunidense de 2016 –, também teriam tentado fincar o pé no país. Neste blog, mostrou-se como números internacionais de WhatsApp, como alguns localizados nos Estados Unidos, foram usados para espalhar mensagens mentirosas em favor de um candidato e/ou contra outro.
Já um estudo da FGV, divulgado nesta quinta-feira, 25, pelo jornal Folha de S. Paulo, indicou a atuação de uma rede russa e outra latino-americana que espalham conteúdos via Twitter. No caso dos russos, gerenciava-se ao menos 232 perfis, que produziram acima de 8.000 tuítes em favor de pautas conservadoras e de Bolsonaro. Já dentre os latinos, eram contas venezuelanas, cubanas, argentinas e equatorianas que agiam em prol de nomes petistas.
Frente a esses casos, três hipóteses preliminares:
1ª Assim como fizeram em eleições mundo afora, em especial nos Estados Unidos, na Inglaterra e na França, hackers e espiões estrangeiros, com destaque para os russos, tentariam (e continuam nessa) manipular o resultado do pleito com atividades maliciosas na internet.
2ª Como já indicado por este blog, sabe-se que agências nacionais de marketing digital e político se escondem por trás de contas, perfis e IPs estrangeiros forjados para fugir de consequências legais de suas ações no Brasil. Ou seja, para driblar o Tribunal Superior Eleitoral. Quem sabe todos esses casos foram orquestrados por tais empresas. É possível afirmar que pelo menos uma parcela foi assim. Será que todos?
3ª As duas teses acima estão corretas e se misturam.
Há muito de obscuro nessa história. Isso é certo. Indo além, mesmo que não se saiba com precisão, ainda, quem tem agido na internet para interferir nas eleições, um ponto é inegável: o cenário está cada vez mais preocupante. A grave situação já chamou a atenção não só do TSE, da Polícia Federal, do Facebook, do Twitter, mas também de órgãos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas (ONU).
É preciso, portanto, continuar atento – e forte.
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