Assine VEJA por R$2,00/semana
A boa e velha reportagem Por Diogo Schelp Uma seleção comentada do melhor do jornalismo mundial em vídeo, foto ou texto. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Salman Rushdie e o Queermuseu

Ou sobre como os censores do MBL venceram a batalha

Por Diogo Schelp Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 set 2017, 18h31
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Ainda sobre o fechamento da exposição Queermuseu, em Porto Alegre, assunto sobre o qual se escreveu largamente esta semana, inclusive na VEJA que acaba de chegar às bancas e nos blogs Intervenção Mundialista, lembrei de um artigo genial publicado pelo escritor britânico Salman Rushdie na revista New Yorker em 2012, sob o título “Sobre a censura”. Vale relembrar alguns trechos:

    Publicidade

    O ato criativo requer não apenas liberdade mas também a suposição de liberdade.

    Publicidade

    (…)

    Quando a censura invade a arte, ela se torna o sujeito; a arte se torna “arte censurada”, e é assim que o mundo a vê e compreende.

    Publicidade

    (…)

    O ataque à obra faz mais do que definir a obra; de certa forma, para o público geral, ele se torna a obra.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    (…)

    O que vem a seguir, segundo Rushdie, é o seguinte fenômeno: para cada apreciador de uma obra de arte, haverá dez, cem, mil pessoas que “sabem” que aquela obra é excessivamente suja, ou excessivamente violenta, ou ambas as coisas.

    Publicidade

    O escritor resume assim o pensamento dessas pessoas:

    Por que os artistas são tão problemáticas? Eles não podem simplesmente nos oferecer beleza, moralidade e uma boa história? Por que os artistas pensam, se eles se comportam assim, que nós devíamos estar do lado deles?

    Publicidade

    Com isso, continua Rushdie, a mentira do censor de fato consegue substituir a verdade do artista.

    Continua após a publicidade

    (…)

    Você até encontrará pessoas que lhe dão o argumento de que a censura é boa para o artista porque desafia sua imaginação. Isso é como dizer que se você cortar o braço de um homem você pode valorizá-lo mais por aprender a escrever com uma caneta presa entre os dentes.

    Recorri às brilhantes citações de Rushdie acima para embasar uma percepção que tive desde o início dessa polêmica a respeito do fechamento do Queermuseu: de que o MBL foi e continuará sendo o grande vencedor do episódio. E nenhum protesto contrário será capaz de descolar a pecha que o grupo imprimiu às obras e à exposição em si. A sombra de expressões como “indecente”, “promoção da zoofilia” e “incentivo à pedofilia” vai sempre acompanhá-las.

    Mais uma vez, a mentira do censor substituiu a verdade do artista.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.