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Vida sexual de pinguins escandalizou explorador britânico

Museu de História Natural de Londres descobre artigo de George Murray Levick quase cem anos após sua expedição à Antártica

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h34 - Publicado em 11 jun 2012, 14h36
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  • Para o explorador britânico George Murray Levick (1876-1956), que quase morreu de fome e frio durante a Expedição Terra Nova – que explorou a Antártica entre 1910 e 1913 -, o mais chocante da viagem não foram as condições extremamente adversas, mas sim observar o comportamento sexual dos pinguins de Cabo Adare, onde está localizada a maior colônia de pinguins-de-adélia. Em um artigo que ficou perdido por 50 anos e só agora foi descoberto e divulgado pelo Museu de História Natural de Londres, Levick relatou casos de homossexualismo, pedofilia e necrofilia – a cópula de pinguins machos com fêmeas mortas.

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    EXPEDIÇÃO TERRA NOVA

    A expedição liderada pelo capitão Robert Scott, da Marinha Britânica, durou de 1910 a 1913 e tinha como objetivo explorar o Polo Sul. Em janeiro de 1912, morreram o capitão Robert Scott e outros quatro integrantes da expedição. Levick e outros cinco companheiros sobreviveram, mas tiveram que aguardar a chegada do barco Terra Nova, preso no gelo durante o inverno.

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    Diário George Murray Levick ()
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    PINGUIM-DE-ADÉLIA

    Os pinguins-de-adélia têm a Antártida como habitat. Eles são uma das únicas espécies que se aninham no continente.

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    Levick ficou tão horrorizado com as descobertas que inicialmente as registrou em grego, para restringir o acesso dos leitores. Depois de sua volta a Londres, em 1913, ele escreveu um trabalho em inglês chamado Natural History of the Adélie Penguin, do qual excluiu o relato sobre o comportamento sexual dos pinguins. Esse testemunho foi descrito em um outro artigo: Sexual Habits of the Adélie Penguin, até então desconhecido.

    “Baderneiros” – No trabalho, Levick descreve que os pinguins machos formavam “grupos de baderneiros de meia dezena de indivíduos, ou mais, e vagam perto dos refúgios incomodando os ocupantes com seus reiterados atos de depravação.”

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    De acordo com Douglas Russell, curador do Museu de História Natural que redescobriu o artigo de Levick, os hábitos sexuais dos pinguins que tanto escandalizaram o cientista podem ser causados pelas condições climáticas da Antártica.

    Ele explica que os pinguins têm poucas semanas para completar o ciclo reprodutivo, que começa em outubro. “Os jovens adultos simplesmente não têm nenhuma experiência sobre como se comportar e podem usar pistas erradas”, concluiu.

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    A descoberta do artigo de Levick contribui para o estudo de animais considerados termômetros da mudança climática. “Os pinguins de Cabo Adare precisam de gelo, a partir do qual mergulham para pescar. Quando o gelo desaparecer, o número de animais pode diminuir e então nós teremos um aviso claro que as coisas estão indo mal”, diz Russel.

    Russel fala sobre suas conclusões em trabalho publicado na revista Polar Record, que escreveu em conjunto com o professor William Sladen do Instituto Médico Johns Hopkins (Estados Unidos) e com o pesquisador de pinguins David Ainley.

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    (Com Agência France-Presse)

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