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Universo primitivo era iluminado por galáxias bebês, revela James Webb

Formações de gás brilhavam mais que as estrelas recém-nascidas

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 nov 2023, 16h19

Desde o início do seu funcionamento, em julho de 2022, o Telescópio Espacial James Webb vem revelando detalhes surpreendentes do universo primitivo. Agora, pesquisadores australianos utilizaram a ferramenta para fazer mais uma descoberta. De acordo com eles, 90% das primeiras galáxias que surgiram pouco após o Big Bang eram ricas em gases que brilhavam mais do que as estrelas em formação. 

A luz captada pelo telescópio viajou por 12 milhões de anos e, portanto, foi emitida quando o universo ainda tinha cerca de 2 bilhões de anos de idade. Naquele momento, a maioria das galáxias em formação ainda eram ricas em gases, que começavam a dar origem a novas estrelas. De acordo com a análise mais recente, esses astros recém-nascidos emitiam a quantidade ideal de radiação para excitar as partículas e fazer com que o gás brilhasse de maneira mais intensa do que as estrelas

Essa não foi a única novidade divulgada pelos pesquisadores. “Nossas descobertas sugerem que cada uma dessas galáxias tinha pelo menos uma outra galáxia vizinha. A interação entre as duas causava o resfriamento do gás e desencadeava um intenso episódio de formação estelar, resultando na emissão extrema de luz”, afirma Anshu Gupta, pesquisador do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia e autor do estudo publicado nesta segunda-feira, 6, no periódico científico The Astrophysical Journal

Os achados confirmam hipóteses anteriores que apostavam na intensa interação entre galáxias primitivas para o surgimento de novas estrelas. 

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JAMES WEBB VS HUBBLE: telescópio mais novo tem resolução surpreendente em comparação com o ser antecessor (Gupta et al, 2023 (modificado)/The Astrophysical Journal/Science in Public/Divulgação)

O achado só foi possível devido ao poder do telescópio James Webb, capaz de obter imagens em alta resolução de emissões que demoraram milhões de anos para chegar até o sistema solar. Para essa análise, foram utilizados dados de infravermelho profundo, capazes de analisar ondas fora do espectro de luz visível, e espectroscopia multiobjetivo, técnica que permite analisar a composição química das objetos observados. Essas tecnologias tem permitido uma melhor compreensão da formação de novas estrelas, da evolução das galáxias e, potencialmente, do surgimento do universo.

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