A crescente descoberta de exoplanetas revela mundos surpreendentes espalhados pelo universo, de gigantes gasosos a inóspitos terrenos cobertos de vulcões em plena atividade. Um dos anúncios mais recentes descortina um candidato curioso: uma superterra com atmosfera que se assemelha a uma sauna gigante.
Os pesquisadores que descobriram o planeta sugerem que ele se encaixe numa categoria intermediária entre rochoso e gasoso. Isso acontece porque ele é muito menos denso do que seria esperado para um corpo desse tamanho – 1,5 vezes maior que a Terra. Eles hipotetizaram, portanto, que o exoplaneta é formado por um núcleo rochoso, mas com uma hidrosfera com cerca de 500 quilômetros de altura.
A descoberta foi feita por pesquisadores do Centro Espanhol de Astrobiologia e aceita para publicação no periódico científico Astronomy & Astrophysics. De acordo com os cientistas, para que a hipotese seja possível, a temperatura no exoplaneta deve chegar a cerca de 2000°C, quente suficiente para a água não condensar, mas não tão alta para que ela pudesse se perder no espaço.
Nomeado de TOI-244 b, o exoplaneta foi observado pela primeira vez em 2018, pelo Satélite para Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito (TESS, na sigla em inglês), da Nasa e orbita uma anã-vermelha razoavelmente próxima, a 72 anos-luz do Sol.
Para reforçar ou refutar a hipótese, os pesquisadores querem observar o planeta novamente, com equipamentos mais potentes, como o telescópio espacial James Webb, para confirmar a presença de água e caracterizar melhor a atmosfera.