A agência espacial russa, Roscosmos, anunciou nesta quarta-feira, 11, que vai antecipar o lançamento da Soyuz MS-23 para resgatar três tripulantes da missão anterior que estão presos na Estação Espacial Internacional (ISS). O foguete levantará voo, sem tripulantes, em 20 de fevereiro, de acordo com Yury Borisov, chefe da Roscosmos.
O lançamento havia sido agendado inicialmente para 16 de março, a fim de transportar os cosmonautas russos Oleg Kononenko e Nikolay Chub, e a astronauta americana Loral O’Hara ao posto orbital avançado. A missão antecipada não terá tripulantes, e tem como objetivo resgatar os cosmonautas russos Sergey Prokopyev e Dmitry Petelin, e o astronauta americano Francisco Rubio para levá-los de volta à Terra.
“O voo pilotado com um cosmonauta requer atualização da espaçonave, emissão de documentação e treinamento adicional e é possível até o início de março. Um voo sem tripulação fornece confiabilidade necessária levando em consideração dados estatísticos positivos e a espaçonave pode ser enviada à estação em um prazo menor – já em 20 de fevereiro”, explicou Borizov à agência Tass.
Em 15 de dezembro, uma queda no circuito de resfriamento externo da Soyuz MS-22, acoplada à ISS, foi registrada enquanto os cosmonautas russos se preparavam para uma caminhada espacial. Uma inspeção visual da espaçonave confirmou um vazamento. Controladores de voo da Roscosmos em terra realizaram uma série de testes, mas não registraram nenhum outro dano à espaçonave.
A superfície externa da Soyuz MS-22 foi inspecionada com câmeras da estação espacial. A análise dos dados detectou um possível vazamento no módulo de instrumentos da espaçonave. De acordo com dados preliminares, o dano pode ter sido causado por um micrometeoróide ou detritos espaciais que atingiram o circuito de resfriamento externo no compartimento de instrumentos.
Mesmo assim, o vazamento resultou em aumento de temperaturas na cabine da MS-22. O refúgio para os três tripulantes extras foi uma “cápsula de escape” da SpaceX Crew Dragon. Há sete pessoas a bordo da estação espacial, mas a cápsula da SpaceX tem apenas quatro assentos.
Segundo Borizov, a Soyuz MS-22 danificada descerá para a Terra em modo não pilotado. “Em caso de situações especialmente críticas a bordo da estação, a possibilidade de usar a espaçonave para resgatar a tripulação será determinada por uma decisão especial de uma comissão estatal”, disse ele.