Um novo estudo descobriu, de modo inédito, como o cérebro humano fica tão maior do que o de outros macacos. Estima-se que a humanidade tenha cerca de três vezes mais neurônios do que os nossos parentes primatas. A pesquisa foi coordenada por cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e foi publicada no periódico científico Cell.
O estudo baseou-se na comparação entre tecidos impressos em 3D cultivados a partir de células-tronco que foram desenvolvidos a partir de células de seres humanos, gorilas e chimpanzés. Assim como o cérebro humano, os modelos 3D produzidos a partir de células de pessoas cresceram muito mais do que os demais.
Ao longo do trabalho, os pesquisadores perceberam a diferença entre esses tecidos. Durante os primeiros estágios do desenvolvimento cerebral, os neurônios são desenvolvidos a partir de células de formato cilíndrico que facilita sua divisão em células idênticas, de mesmo formato. Quanto mais vezes essas células se multiplicam, mais neurônios o cérebro terá.
Quando as células se tornam mais maduras e desaceleram sua multiplicação, elas assumem o formato de um cone. Os pesquisadores constataram que essa transição demora menos em gorilas e chimpanzés do que em nós (cinco dias para eles, sete para a humanidade), significando que suas células têm menos tempo para se multiplicarem antes de amadurecerem em outros primatas, culminando em cérebros menores.
Embora seja preciso conduzir novos estudos para confirmar a descoberta, trata-se de um assunto de muita importância e capaz de encerrar, pelo menos em um aspecto, a discussão sobre o que nos separa dos demais animais.