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O primeiro ancestral dos animais: a carambola-do-mar

Estudo demonstra que os ctenóforos, como carambolas-do-mar, e não os poríferos, como as esponjas-do-mar, foram os primeiros animais a surgir na Terra

Por Da redação
Atualizado em 11 abr 2017, 12h32 - Publicado em 11 abr 2017, 12h28

O primeiro animal a surgir na Terra era mais próximo dos ctenóforos (como as carambolas-do-mar) do que das esponjas, aponta um estudo divulgado nesta segunda-feira na revista Nature. Para chegar ao ancestral mais antigo na árvore genealógica animal e questionar o que os cientistas sabiam até então sobre a evolução dos seres vivos, os pesquisadores decidiram utilizar uma técnica diferente de análise genética, comparando os genes individuais de espécies. Durante um século, por serem organismos simples, considerou-se que o ancestral mais antigo do Reino Animal era um porífero, filo do qual fazem parte as esponjas do mar. A descoberta causa um grande impacto na forma com que os cientistas descrevem a evolução do sistema nervoso, trato digestivo e outros órgãos nos animais.

Primeiro ancestral dos animais

Um estudo anterior, publicado em 2008, já havia sugerido que os ctenóforos poderiam ser os primeiros da linhagem. Os resultados, no entanto, provocaram grandes discussões – que seguem até hoje – e motivaram um estudo, divulgado em março no periódico Cell, que reunia uma enorme quantidade de dados para sustentar a tese de que as esponjas-do-mar ocupam o posto de ancestral dos animais. Segundo Antonis Rokas, líder do estudo recém-publicado e professor de ciências biológicas na Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, a questão é que, apesar de os dados funcionarem para 95% dos casos, eles não servem, por exemplo, para enquadrar as esponjas como os precursores dos animais ou para outros casos em que há dúvidas da posição na árvore genealógica.

Por isso, o cientista e sua equipe decidiram fazer uma nova análise da posição dos poríferos e ctenóforos e de outros 17 casos controversos – do total, sete referentes a animais, cinco a plantas e seis a fungos – para desvendar por que os estudos produzem resultados tão contraditórios. Para isso, reexaminaram os dados e resolveram olhar para os genes individuais das espécies e para as relações entre os diferentes grupos de animais. Os resultados mostraram que, inicialmente, surgiram os ctenóforos e, em seguida, os poríferos.

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“Em geral, nas análises, só usamos genes que são compartilhados entre todos os organismos”, disse Rokas. “O truque é examinar as sequências de genes de diferentes organismos para descobrir quem elas apontam como seus parentes mais próximos. Quando você olha para um determinado gene em um organismo – vamos chamá-lo de A –, perguntamos se ele está mais intimamente relacionado com sua contrapartida no organismo B ou com sua contrapartida no organismo C, e por quanto.”

Outro parentesco controverso que os pesquisadores avaliaram foi o de crocodilos, aves e tartarugas. Eles descobriram que 74% dos genes compartilhados favorecem a hipótese de que os crocodilos e as aves são linhagens irmãs, enquanto as tartarugas são apenas primas próximas.

“Acreditamos que nossa abordagem pode ajudar a resolver muitas controvérsias de longa data e elevar o jogo de reconstrução filogenética a um novo nível”, afirmou Rokas.

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