O impacto da invasão da Ucrânia sobre a Estação Espacial Internacional
As relações no espaço podem ser afetadas por questões políticas a mais de 400 quilômetros de distância
A guerra travada pela Rússia com a Ucrânia resultou em diversas consequências pelo planeta. Um de seus efeitos menos comentados, porém, incide sobre a Estação Espacial Internacional, a pouco mais de 400 quilômetros de distância da Terra.
Há cerca de duas semanas, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que as sanções americanas contra os russos degradariam o programa espacial de Putin. Em resposta, o diretor da agência espacial russa, Dmitry Rogozin, publicou em suas redes sociais comentários em que lembra Biden de que os propulsores que mantêm a Estação Espacial Internacional na órbita apropriada são controlados pela Rússia, e que, sem sua colaboração, a estação poderia despencar.
Depois disso, a Nasa afirmou que continuará suas operações normalmente em parceria com a Rússia, em nome da segurança dos astronautas. A agência informou ainda que não há planos para mudar o apoio fornecido pela Nasa para suas operações — parte significativa das quais conta com participação de cosmonautas russos.
Assim, apesar das graves sanções americanas contra o país e as atitudes de Putin, os astronautas dos Estados Unidos e da Rússia continuam treinando e trabalhando juntos na Estação Espacial Internacional, em uma espécie de ambiente paralelo ao que temos experimentado pelo mundo. Contudo, é preciso manter em mente que a política possui grande impacto sobre o programa espacial, e, dessa forma, é possível que as relações entre os indivíduos em órbita mude rapidamente ao longo dos próximos dias — ao menos no sentido de afastar as agências espaciais americana e russa, que contam com décadas de relações estreitas.