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Novo tipo de estrela pode desvendar mistério da astronomia

Estudo aponta que objetos de hélio devem ser a origem dos enigmáticos magnetares

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 10h15 - Publicado em 18 ago 2023, 17h30
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  • O universo é rico em objetos que levam ao extremo a física como se conhece na Terra. Os magnetares são um deles – estrelas mortas com campos magnéticos inimaginavelmente fortes, que, mesmo estudadas há mais de um século, tem sua origem completamente desconhecida. Agora, um novo estudo aponta que a resposta desse mistério pode estar nas estrelas de hélio

    Este tipo de corpo cósmico também desperta a curiosidade dos cientistas. A primeira foi descoberta em 1942 e, diferente da maioria das outras estrelas, como o Sol, ela parece ter perdido a sua camada de hidrogênio. Ao estudar um desses objetos, o HD 45166, astrônomos descobriram que eles também tem um campo magnético super forte. 

    “Pela primeira vez, um forte campo magnético foi descoberto em uma estrela massiva de hélio”, afirma André-Nicolas Chené, astrônomo da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos e um dos autores do artigo publicado nesta quinta-feira, 17, na Science. “Nosso estudo sugere que esta estrela de hélio terminará sua vida como um magnetar.”

    Modelos matemáticos não conseguem descrever o comportamento desse tipo de estrela e, por isso, Chené decidiu investigar o campo magnético da HD 45166, utilizando um grupo de telescópios espalhados pelo mundo, para tentar entender se ele era o responsável por essa diferença entre a realidade e os cálculos. Qual não foi a surpresa ao descobrir que o campo, de fato, era bem maior do que o esperado – cerca de 100 mil vezes mais forte que o da Terra. 

    Isso ainda não chega nem próximo do que é observado nos magnetares, onde a força é, pelo menos, um bilhão de vezes superior a dessa estrela. Os pesquisadores dizem, contudo, que, durante a sua morte, a HD 45166 vai colapsar em si mesma, se tornando muito mais densa. Isso será suficiente para fazer com que a intensidade desse campo aumente consideravelmente, se tornando um dos maiores vistos no Universo. “É emocionante descobrir um novo tipo de objeto astronômico”, diz o autor principal do estudo, Tomer Shenar. “Especialmente quando ele esteve escondido na nossa frente esse tempo todo.”

    Essa não foi a única descoberta do grupo. A estrela orbita em par com uma outra. De acordo com os novos resultados, a órbita traçada por elas é muito maior do que a prevista anteriormente. Em contraste, eles observaram que a massa do objeto estudado também é menor do que a calculada, com o equivalente a dois sóis.

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