Um novo estudo, divulgado no último dia 24, relatou a descoberta, em Israel, de um parente do ser humano desconhecido entre a comunidade científica. O artigo foi publicado na revista científica Science.
De acordo com os arqueólogos envolvidos no achado, esse ancestral humano teria vivido entre 140 e 120 mil anos atrás. Embora compartilhe algumas características com os neandertais (como os dentes e a mandíbula) e com hominídeos ainda mais antigos (a exemplo do formato do crânio), ele é bastante diferente do Homo sapiens moderno, já que não possuía queixo e tinha dentes muito grandes.
Os pesquisadores acreditam que os fósseis, encontrados na cidade de Ramla, pertencem a uma população que originou a maioria dos humanos da época do Pleistoceno Médio, que se estendeu de 355 a 82,8 mil anos atrás. A nova linhagem foi apelidada de acordo com o nome do sítio arqueológico onde a descoberta foi feita: Homo de Nesher Ramla.
Além disso, os cientistas hipotetizam que essa população tenha se misturado aos Homo sapiens que chegaram à região da Eurásia há 200 mil anos. Assim, o hominídeo encontrado em Israel pode ter sido um ancestral dos neandertais e das populações humanas arcaicas da Ásia.
Na opinião dos especialistas, a descoberta é de enorme importância. O novo ancestral humano pode ajudar a explicar, por exemplo, como os genes do Homo sapiens penetraram na população de neandertais. Além disso, ele pode mudar a narrativa de que os neandertais se originaram na Europa, já que, conforme aponta o estudo, eles podem ter tido seu início na região do Levante.