Bebidas alcoólicas são normalmente associadas a elevados níveis de gordura visceral, o tipo de gordura prejudicial que aumenta o risco de doenças cardiovasculares, síndromes metabólicas e outras complicações de saúde. Mas nem todas as bebidas têm o mesmo efeito.
Um estudo feito por pesquisadores a partir de informações do UK Biobank, uma grande base de dados, e publicado no periódico científico Obesity Science & Practice, indica que beber vinho tinto em quantidades moderadas contribui para menores níveis de gorduras viscerais. E o consumo de vinho branco não afeta diretamente a gordura, mas pode contribuir para maior densidade óssea, uma boa notícia para pessoas idosas.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores observaram os dados de 1869 participantes, todos brancos, na faixa dos 40 aos 80 anos, 59% deles homens, que divulgaram seus hábitos alimentares e estilos de vida por meio de questionários. Em seguida, a partir de informações de altura, peso e coleta de sangue, os cientistas analisaram a composição de todos os corpos e sua relação entre o consumo de álcool.
O consumo de álcool é considerado um dos grandes fatores relacionados à epidemia de obesidade em diversos países, como Estados Unidos, em que 75% da população está obesa ou acima do peso, e Brasil, que tem mais de 70 milhões de pessoas acima do peso (18 milhões delas obesas). Por isso, pesquisadores tentam entender os fatores que contribuem para o problema, e o que pode ser feito para reverter o cenário.
O problema é que muitos estudos sobre o consumo de bebidas alcoólicas oferece resultados conflitantes. O que o time de cientistas de Brittany Larsen, da Iowa State University, tenta fazer é separa cada tipo de bebida e entender seus impactos diretos, em vez de simplesmente agregar espumantes, vinhos brancos e tintos, cerveja e outros destilados sem discriminação. Agora, o grupo vai ampliar o estudo e analisar como a dieta, incluindo o consumo de álcool, pode influenciar o surgimento de doenças cognitivas.