Mutação do coronavírus na Dinamarca preocupa OMS
Quinta versão do vírus encontrado no país causa especial receio em relação à eficácia de futuras vacinas
De acordo com informações do Statens Serum Institut (SSI), centro de referência para doenças infecciosas na Dinamarca, mais de 210 pessoas foram infectadas por uma nova mutação do Sars-Cov-2. A infecção foi constatada em fazendas de visons, animais parecidos com doninhas, e não foi restringida por meio da aplicação de medidas preventivas.
Como forma de tentar frear a disseminação dessa nova versão do coronavírus, o governo dinamarquês anunciou um lockdown de um mês na região da Jutlândia do Norte, onde a maior parte dos casos foi detectada. Como resultado, mais de 250 mil dinamarqueses entraram em quarentena a partir da última sexta-feira.
A intenção é acabar totalmente com essa mutação do vírus, segundo o ministro da Saúde dinamarquês Magnus Heunicke. Além disso, a primeira-ministra do país, Mette Frederiksen, revelou planos de sacrificar até 17 milhões de visons dentro de solo dinamarquês como precaução.
A Dinamarca já identificou cinco novas variantes do vírus encontradas em visons. Contudo, apenas essa mutação mais recente apresentou características mais preocupantes. Segundo informações do governo dinamarquês, ela é capaz de enfraquecer a habilidade do organismo de criar anticorpos, sinalizando um possível empecilho para eventuais futuras vacinas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou estar acompanhando de perto a situação dinamarquesa, com a ressalva de que mutações do novo vírus são comuns e têm pipocado pelo planeta. A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, afirmou que “É muito cedo para tirar conclusões sobre as implicações que têm essa mutação específica, seja na transmissão, na severidade ou para a resposta imunitária e a potencial eficácia de uma vacina”. Mike Ryan, diretor de emergências da Organização, salientou que a agência está avaliando o risco envolvido no caso dinamarquês e divulgará suas conclusões em breve.
A OMS disse ainda que pretende reforçar a biossegurança de fazendas de doninhas pelo mundo, como meio de tentar prevenir novas crises. Só na Dinamarca, existem mais de 1 100 estabelecimentos do tipo.
É importante lembrar que, além dos visons, muitos mamíferos são suscetíveis à infecção pelo novo coronavírus. Morcegos, gatos e, é claro, seres humanos são alguns dos animais que podem contrair a doença e oferecer ao vírus uma oportunidade para mutar e se desenvolver.