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Mistério das esferas de Klerksdorp, achadas em rocha de 2 bilhões de anos

Polidas e perfeitamente esculpidas, as pedras já foram ligadas a extraterrestres e manifestações sobrenaturais

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 jun 2023, 14h53

Pedras misteriosas encontradas em uma rocha de 2,8 bilhões de anos andam surpreendendo arqueólogos nas minas da cidade de Ottosdal, na África do Sul. Segundo a BBC, as esferas poderiam fazer parte do patrimônio histórico de alguma civilização antiga, mas são polidas e perfeitamente esculpidas, achadas dentro de uma rocha de pirofilita – mineral utilizado para esculturas chinesas – formada há bilhões de anos.

São chamadas de esferas de Klerksdorp, por terem sido levadas para serem estudas na cidade de mesmo nome, no norte da África do Sul, e expostas no principal museu da cidade. Na década de 1980, porém, essas esferas geraram boatos populares que diziam se tratas de “evidências de uma presença extraterrestre” na Terra antes do surgimento humano, ou seja, teriam origem alienígena.

“Essas publicações surgiram devido à falta de estudos geológicos que explicassem a verdadeira origem dessas pedras”, disse à BBC News Mundo, o geólogo sul-africano Bruce Cairncross, da Universidade de Joanesburgo, que afirma que esferas não tem nada de misteriosas e nem sugerem uma passagem de extraterrestres na Terra. “Acreditava-se que não havia necessidade de explicar algo que parecia óbvio: as pedras haviam sido extraídas de rochas formadas há bilhões de anos”, disse o geólogo, que completou dizendo que essas esferas são comuns nas formações rochosas de pirofitila.

Nos anos 1980, o portal IFLScience publicou vários artigos de pouca ou nehuma base científica que indicavam as esferas de Klerksdorp como artefatos feitos por uma civilização anterior ao grande dilúvio. Outras publicações davam conta de que as esferas giravam sozinhas dentro da vitrine onde haviam sido colocadas, o que fez uma sociedade conhecida como Society for the Rational Investigation of Paranormal Phenomena procurar Cairncross para desmentir essa hipótese. O geólogo explicou entãi que a peculiaridade das pedras se deve ao fato de terem estado dentro da rocha por milhões de anos sob a pressão e o calor, sem terem sido expostas à erosão da água. “As esferas são conhecidas como concreções: objetos esféricos, elípticos ou achatados formados por diversos minerais que estão na rocha hospedeira. E são bastante comuns, tendo sido encontrados milhares ao redor do mundo”, disse o geólogo, acrescentando que essas concreções são abundantes e comuns dentro da pirofilita.

Cairncross declarou ainda que resolveu dar uma explicação mais ampla sobre as esferas para evitar publicações pseudocientíficas e fake news como a publicada em uma revista que dizia que as esferas foram levadas para a Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA) e produzidas “em um local com gravidade zero”. De acordo com o especialista, a única particularidade que destaca as esferas de Klerksdorp são as linhas paralelas que as atravessam, mas que na verdade, são camadas. “Isso é um produto dos rastros deixados pela rocha hospedeira, que se acumularam em camadas ao longo de muito, muito tempo, criando o efeito que você pode ver agora”, finalizou.

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