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Lula celebra retorno do Manto Tupinambá em cerimônia com indígenas

Cerca de 200 indígenas vieram reencontrar o manto retirado do Brasil há mais de 300 anos

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 set 2024, 17h51 - Publicado em 12 set 2024, 15h04
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  • Manto Tupinambá
    Manto Tupinambá do século XVII (Exposição Os Primeiros Brasileiros/Museu Nacional/Divulgação)

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta quinta-feira, 12, da cerimônia que celebra o retorno do Manto Sagrado Tupinambá. O evento ocorrerá na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, com a organização dos ministérios dos Povos Indígenas (MPI), da Educação (MEC) e da Cultura (MinC), além da colaboração do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e da participação de lideranças do povo tupinambá.

    VEJA MAIS: Manto tupinambá do século XVII chega ao Brasil em sigilo

    Em comunicado, o Ministério dos Povos Indígenas informou que o evento foi organizado em diálogo permanente com o povo tupinambá, assegurando o respeito aos direitos indígenas sobre o artefato.

    O governo classificou a devolução como uma “restituição histórica” e já adianta negociações para recuperar outros objetos indígenas que se encontram em museus da França, Japão e outros países.

    Reencontro com o Manto

    Na última segunda-feira, 9, o artefato sagrado foi reapresentado ao povo tupinambá, após controvérsias envolvendo o Museu Nacional, que havia recebido a peça em julho sem a participação da comunidade indígena. A celebração de retorno foi marcada por cantos, danças e o som de chocalhos, com a presença de mais de 200 representantes indígenas. “Nós somos os filhos, netos e bisnetos do Manto Tupinambá”, entoavam em coro.

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    Reencontro indígena com o Manto Tupinambá depois de polêmicas com o Museu Nacional (Tomáz Sousa/ Agência Brasil/Reprodução)

    O manto, uma vestimenta de 1,8 metro de altura, é confeccionado com penas vermelhas de guará sobre uma base de fibra natural. As visitações públicas ainda serão definidas pelo Museu Nacional, que preserva a integridade da peça. No entanto, o povo tupinambá reivindica seu retorno ao território de origem, sugerindo a criação de um museu local em Olivença, na Bahia. Outros dez mantos semelhantes permanecem sob a guarda de museus europeus.

    Durante a cerimônia, a anciã Yakuy Tupinambá leu um manifesto redigido por indígenas de 23 comunidades da Bahia. O documento critica a falta de transparência no processo de repatriação e acesso ao manto, além de abordar a morosidade na demarcação de terras indígenas e a polêmica tese do marco temporal. “Reiteramos nossa insatisfação com a postura colonizadora personificada pelo Estado brasileiro, através de suas autarquias, que continuam a dilacerar nossos direitos originários e, mais do que isso, ferir profundamente nossa crença e fé”, diz o manifesto.

    O Retorno do manto ao Brasil

    O retorno do manto sagrado foi anunciado no ano passado, após cerca de um ano de negociações. Com 1,8 metro de altura e decorado com milhares de penas vermelhas, o Manto Tupinambá é uma peça de grande imponência. Guardado em Copenhague desde 1689, o artefato, cuja origem remonta provavelmente a um século antes, estava ao lado de outros quatro mantos no Museu Nacional da Dinamarca.

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    Antiga aquarela sobre pergaminho mostra indígenas brasileiros, um deles com um manto tupinambá (Reprodução/Reprodução)

    Além da equipe do Museu Nacional e da embaixada brasileira na Dinamarca, representantes do povo tupinambá tiveram papel fundamental na repatriação do artefato. Pesquisadores indígenas têm contribuído significativamente para o aprofundamento do conhecimento sobre essa vestimenta sagrada.

    Os museus da Dinamarca e do Brasil também estão negociando parcerias em iniciativas educacionais, como a digitalização da coleção brasileira mantida na instituição europeia. Quanto ao acervo físico, o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, ressaltou o esforço para trazer ao Brasil novas peças de valor histórico. Segundo ele, o incêndio que destruiu o museu em 2018 prejudicou a imagem do país, mas o Brasil tem agora a oportunidade de mostrar que aprendeu com a tragédia e é capaz de repatriar outras peças.

     

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