Depois do pouso histórico da Índia na Lua, agora é a vez de o Japão tentar repetir o feito. Lançado com sucesso na noite desta quarta-feira, 6, a missão chamada de Pousador Inteligente para Investigar a Lua (Slim, na sigla em inglês) pretende colocar os japoneses definitivamente na corrida espacial. Se conseguir pousar sua sonda em solo lunar, o país engrossará o ranking de “lunáticos” no quinto posto.
A Slim foi lançada às 20h42, no horário de Brasília, a bordo do foguete H-IIA F47, desenvolvido pela Mitsubishi. Além da Slim, a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (Jaxa) ainda aproveitou o lançamento para colocar no espaço a missão de Imageamento Raio-x e Espectroscopia (XRISM, na sigla em inglês).
Enquanto a XRISM, que desacoplou 14 minutos após o lançamento, pretende estudar o gás de plasma quente do universo para entender a formação dos objetos celestiais, a Slim, que desapegou do foguete aos 47 minutos, deve chegar à Lua entre o final deste ano e o início do próximo para testar e aprimorar a tecnologia de pouso preciso da agência.
Este é o quarto lançamento rumo ao satélite apenas em 2023. Em abril, a empresa privada japonesa ispace tentou, sem sucesso, realizar o primeiro pouso comercial no satélite. Em agosto, após uma tentativa também fracassada da Roscosmos, agência espacial russa, a Índia se tornou o quarto país a conquistar a habilidade de realizar um pouso controlado na Lua.
Os lançamentos acontecem em meio ao acirramento da nova fase da corrida espacial, protagonizada, desta vez, pelos Estados Unidos e pela China. Ambos pretendem levar astronautas de volta ao satélite natural da Terra ainda neste século para o estabelecimento de missões permanentes de exploração. A participação de países menos tradicionais desafia o monopólio das grandes agências e tem o potencial de democratizar a exploração espacial.