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Inteligências artificiais logo poderão ‘ler mentes’, diz estudo

Tecnologia poderá ajudar pessoas com lesões cerebrais e paralisia a se comunicar, mas levantam preocupações sobre privacidade

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 Maio 2023, 17h18

As inteligências artificiais estão evoluindo em velocidades difíceis de acompanhar, até para os usuários mais entusiasmados. Um grupo de cientistas acaba de anunciar uma nova, e assustadora, conquista dessa tecnologia: a capacidade de ler mentes. A habilidade ainda está em fase inicial de desenvolvimento, mas poderá ajudar pacientes com lesões cerebrais e paralisia a se comunicar. 

De acordo com um trabalho publicado na última segunda-feira, 1º, na revista científica Nature Neuroscience, o algoritmo construído por neurocientistas computacionais da Universidade de Austin, no estado americano do Texas, consegue traduzir pensamentos em linguagem através de ressonância magnética, um equipamento que avalia as partes do cérebro são mais irrigadas de sangue mediante determinados estímulos. 

Você deve estar se perguntando se, a partir de agora, os médicos conseguirão saber o que está passando pela sua cabeça quando fizer o exame? a resposta é não, pelo menos por enquanto. Para conseguir “ler a mente” dos participantes, primeiro os pesquisadores registraram a atividade cerebral deles por cerca de 16 horas enquanto ouviam a podcasts de storytelling. Através desse experimento, o algoritmo consegue associar cada palavra a sua respectiva região cerebral. 

Numa segunda etapa do experimento, os participantes ouviram episódios de podcasts que não foram utilizados no treinamento ou assistiram a animações. Utilizando aprendizado de imagem e uma tecnologia de linguagem chamada de GPT – exatamente, a mesma utilizada pelo chatbox da OpenAI – a inteligência artificial foi capaz de decodificar ideias que estavam passando na cabeça dos pacientes. 

A descoberta surpreendeu os pesquisadores, pois o algoritmo foi capaz de associar, não apenas a linguagem, mas também o que ocorria na cabeça dos participantes ao nível das ideias. O modelo foi capaz de inferir significado, algo mais profundo e mais particular do que a fala. 

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Feliz ou infelizmente, os registros de um participantes não puderam ser utilizados para prever o que outro estaria pensando. 

A tecnologia ainda é rudimentar, pois foi testada apenas com três pessoas, funciona de maneira limitada e exige equipamentos caros. Essa é uma evolução, contudo, em relação a trabalhos anteriores que só conseguiram realizar o feito de traduzir pensamentos em palavras utilizando implantes mais invasivos.

Embora ainda esteja longe da perfeição, a evolução dessa tecnologia, que tem acontecido de maneira muito rápida, poderá melhorar a qualidade de vida de pacientes com condições como a síndrome do encarceramento, um estado em que o indivíduo está consciente, mas não consegue se movimentar. A tecnologia, contudo, também levanta preocupações. Os perigos desse tipo de avanço nas mãos de pessoas mal-intencionadas são imensos e será necessária uma ampla discussão a respeito de protocolos de segurança que permitam o uso responsável desses modelos.

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