Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Fósseis de peixes do Saara datam do início da vida pastoral humana

Pesquisadores descobrem no deserto resquícios de diversas espécies, o que permitirá conhecer melhor uma fase da história

Por Sabrina Brito Atualizado em 4 jun 2024, 14h48 - Publicado em 21 fev 2020, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Sol, calor e areia, areia e areia. Com certeza, essa é a primeira ideia que vem à mente quando alguém pensa no Saara, o maior deserto quente do planeta, com seus mais de 9 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a 37 vezes o tamanho do Estado de São Paulo. O surpreendente é que nem sempre ele foi assim. Um estudo publicado na quarta-feira 19 no periódico científico americano Plos One deixou claro que, entre 10 000 e 15 000 anos atrás, aquela área contava com uma ampla rede hidrográfica, onde nadavam diversas espécies de peixe.

    A pesquisa, resultado de uma parceria do Museu de História Natural da Bélgica com a Universidade Sapienza de Roma e outras instituições europeias, concentrou-se em Takarkori, no sudoeste da Líbia. Lá os cientistas encontraram 17 500 fósseis — 80% deles eram de peixes, 19% de mamíferos e 1% de aves, répteis, moluscos e anfíbios. Resquícios de peixes já haviam sido descobertos em 2019 no Saara. Contudo, para além da abundância de agora, o novo estudo se reveste de importância porque “o material encontrado data dos primeiros tempos da vida pastoral humana”, conforme explicou a VEJA o arqueólogo italiano Savino di Lernia, um dos autores do trabalho. Segundo o pesquisador, os fósseis eram de sobras alimentares de seres humanos, o que permite conhecer melhor os hábitos destes no momento em que se tornaram sedentários.

    arte-fossil-peixes

    A pergunta inevitável a esta altura é: como foi que uma região tomada pelas águas se transformou em um território de dunas? A resposta está em uma soma de circunstâncias. O lugar onde o Saara se situa é marcado pela alternância entre períodos de umidade e de aridez. Há cerca de 5 000 anos, tal transição se deu de forma abrupta. Não se sabe o porquê. Os cientistas acreditam ainda em algum tipo de participação do homem no processo de desertificação do Saara.

    Nos últimos anos, aquela área inóspita tem sido fértil em revelações históricas. Em 2011, um grupo de pesquisadores ingleses descobriu uma civilização que lá ergueu algumas cidades entre 1 e 500 d.C. A nova pesquisa representa um avanço para o esclarecimento do passado da Terra e da humanidade — que tem na África um capítulo incontornável. Não por acaso, no livro The Shadow of the Sun (1998), sobre o continente, o jornalista, escritor e historiador polonês Ryszard Kapuscinski (1932-2007) observou: “A África é um verdadeiro oceano, um planeta separado, um cosmo variado e imensamente rico”.

    Publicado em VEJA de 26 de fevereiro de 2020, edição nº 2675

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.