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Florestas estão próximas do limite de temperatura para a fotossíntese

Estudo estima que 46,7°C é o limite de calor que as folhas podem suportar antes da fotossíntese ser afetada

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 ago 2023, 12h07 - Publicado em 23 ago 2023, 12h00

As florestas tropicais podem estar ficando quentes demais para que as árvores consigam respirar. Um estudo publicado hoje, 23, na revista Nature, estima que 46,7°C seria o limite máximo de temperatura que as folhas conseguiriam suportar antes da capacidade de fotossíntese ser afetada. Os dados coletados apontam que aproximadamente 0,01% das folhagens operam além desse limite atualmente. Embora o número pareça ínfimo, as estimativas sugerem que essas florestas são capazes de suportar um aumento máximo de até 3,9°C, o que deixa esses biomas particularmente vulneráveis às mudanças climáticas.

Florestas tropicais são elementos centrais para o controle das temperaturas globais e para a preservação da biodiversidade. As temperaturas nesses biomas costumam ser altas, com pouca variação diária ou sazonal. Isso faz com que uma mudança de poucos graus possa impactar mais espécies de plantas e animais do que uma grande variação em outras regiões do planeta. “Como as temperaturas nas florestas tropicais estão próximas ou acima da temperatura ótima para fotossíntese, temperaturas ainda mais elevadas podem fechar os estômatos, reduzindo o resfriamento transpiracional e expondo as folhas a danos causados pela alta temperatura”, diz o estudo.

Determinar quanto calor as florestas podem suportar é uma questão importante no atual contexto de aquecimento global, já que elas servem como sumidouros de carbono e abrigam a maior parte da biodiversidade global. O estudo usou medições de alta resolução da superfície terrestre, atentando-se especialmente para as áreas de floresta no Brasil, Porto Rico e Austrália. As medições foram feitas entre 2018 e 2020 a partir de um instrumento a bordo da Estação Espacial Internacional. Os autores descobriram que as temperaturas atingiram um pico de cerca de 34°C em média, embora uma pequena proporção excedesse os 40°C. Cerca de 0,01% das folhas nas copas superiores superam a temperatura na qual a fotossíntese começa a falhar em um ano típico. O estudo prevê que se nada for feito, esse número pode aumentar para até 1,4%.

Os pesquisadores observam que essa proporção está dentro do pior cenário para previsões de aquecimento global. Por esse motivo, defendem que metas ambiciosas de mitigação das mudanças climáticas e redução do desmatamento são necessárias para ajudar as florestas a permanecerem abaixo dos limites termicamente críticos. “Ainda está em nosso poder decidir o destino desses reinos críticos de carbono, água e biodiversidade”, afirmam. 

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