As emissões de dióxido de carbono (CO2) provenientes do desmatamento nas zonas tropicais são bem menores do que havia sido estimado. É o que revelou nesta quinta-feira um estudo divulgado na revista Science realizado com base em dados de satélites, que apontou o Brasil como um dos maiores poluidores.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Baseline Map of Carbon Emissions from Deforestation in Tropical Regions
Onde foi divulgada: revista Science
Quem fez: Nancy L. Harris, Sandra Brown, Stephen C. Hagen, Sassan S. Saatchi, Silvia Petrova, William Salas, Matthew C. Hansen, Peter V. Potapov, Alexander Lotsch
Instituição: Winrock International, Applied GeoSolutions, Nasa e Universidade de Maryland
Dados de amostragem: Observações de satélites sobre as áreas tropicais entre 2000 e 2005
Resultado: O desmatamento provoca a emissão de 810 milhões de toneladas por ano, não 1,9 bilhão, como havia sido estimado anteriormente.
Segundo o estudo, de 2000 a 2005 essas emissões foram de 810 milhões de toneladas por ano, menos da metade do volume estimado recentemente, que era de 1,9 bilhão de toneladas. Isso representa 10% do CO2 total jogado na atmosfera em decorrência da atividade humana. A pesquisa foi feita por pesquisadores do instituto americano Winrock International, a empresa Applied GeoSolutions, um laboratório da Nasa e a Universidade de Maryland.
Brasil – Segundo as análises, cerca de 40% das perdas de cobertura florestal estavam concentradas nas zonas secas dos trópicos, mas estas contribuíram apenas com 17% das emissões de CO2 resultantes do desmatamento, devido aos seus pequenos estoques de dióxido de carbono em comparação com os das florestas tropicais úmidas.
De 2000 a 2005, o Brasil e a Indonésia foram os dois países onde o desmatamento mais provocou emissões de CO2, com 55% do total, indica o estudo.
Satélites – Nancy Harris, do Instituto Winrock e principal autor do estudo, explica que o novo cálculo está mais fortemente apoiado por dados de satélite do que a estimativa anterior, que havia sido estabelecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), em 2007.
Esses pesquisadores esperam que o mecanismo da ONU que propõe compensar os países em desenvolvimento pela redução de suas emissões de CO2 provocadas pelo desmatamento e pela degradação das florestas seja beneficiado por uma estimativa mais exata do dióxido de carbono jogado na atmosfera.
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(Com Agência France-Presse)