Quando se fala em aquecimento global, o CO₂ é um dos gases mais preocupantes — não apenas por ser um importante contribuinte do efeito estufa, como por ser um dos mais persistentes e um dos mais emitidos. Agora, um estudo da Nasa trouxe uma maior clareza sobre seu efeito ao simular como as emissões se comportam frente a dinâmica climática do mundo.
Em um vídeo divulgado pela agência é possível ver como o efeito das emissões não é só local. Em especial nos países com maiores taxas de emissão, concentrados no hemisfério norte, o fluxo logo se espraia, atingindo oceanos e Estados vizinhos. “Só de ver o quão persistentes eram as plumas e a interação das plumas com os sistemas climáticos, foi tremendo”, disse Lesley Ott, cientista do Centro Goddard, da Nasa, em comunicado. “Você vê aqui como tudo está interligado por esses diferentes padrões climáticos.”
O que o vídeo mostra?
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No vídeo, é possível ver as interações entre as emissões, os padrões climáticos e os fluxos atmosféricos. As plumas parecem piscar porque há variações entre dia e noite. Além disso, no hemisfério sul, onde era verão, a absorção por parte das árvores em crescimento ativo também fazia um papel importante na remoção do CO₂ do ár.
O estudo também revelou quais as principais fontes do gás. Na China, nos Estados Unidos e no sul asiático, a maior parte das emissões vem usinas de energia, instalações industriais e carros e caminhões. Já na África e na América do Sul, as queimadas — especialmente as vindas de controle agrícola, gestão de terras e desmatamento — foram as origens principais.
Como o estudo foi feito?
A simulação foi gerada por um poderoso modelo computacional de alta resolução. Utilizando um supercomputador como base, ele considerou bilhões de dados — desde informações atmosféricas até imagens de satélite — coletados entre janeiro e março de 2020 para criar um vídeo que mostra o fluxo de gás carbônico na atmosfera.
O principal objetivo do estudo foi mostrar o movimento global desses gases e entender como seu fluxo pode influenciar o planeta. “Como decisores políticos e como cientistas, estamos tentando explicar de onde vem o carbono e como isso impacta o planeta”, afirmou Ott.