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Estudo analisa crescimento das empresas brasileiras de médio porte

Levantamento da Fundação Dom Cabral mostra que negócios que vendem para outros negócios têm melhor alta performance

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 ago 2022, 11h35
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  • No Brasil, um porcento das empresas privadas são consideradas de médio porte, o que significa um universo de 67 mil negócios. Elas são responsáveis por 20% dos empregos e 25% da massa salarial interna. Para entender como parte delas conseguiu registrar crescimento e alto crescimento entre 2016 e 2021, período atravessado por bons ventos e também pela pandemia, a Fundação Dom Cabral (FDC) realizou um estudo ouvindo 779 desses empreendimentos. Foram analisadas estruturas que têm entre 50 e 499 funcionários ou que registraram faturamento anual entre 4,9 milhões de reais e 300 milhões de reais. Os resultados têm uma margem de confiança de 95% e de erro na ordem de 3,5%.

    Entre os principais fatores de crescimento das empresas de médio porte, os pesquisadores identificaram a realização de fusões ou aquisições, o apoio do conselho consultivo, o reinvestimento de lucros e o recrutamento de novos colaboradores. Na contramão do senso comum, a pesquisa também mostra que as empresas que cresceram e as campeãs de crescimento ignoram a redução de preços para ganhar volume e mercado e utilizam estratégias mirando alto valor agregado: foco em mercado de nicho, inovação de produtos e serviços, venda com altas margens de lucro e customização.

    Já as barreiras para o crescimento das médias empresas no país, segundo o estudo, são os excessos e a complexidade das regulamentações estatais, o alto custo do capital, investimentos frustrados em inovação e com conselhos administrativos ineficientes. Por outro lado, as campeãs de crescimento são mais resilientes às barreiras tradicionais enfrentadas pelos negócios: altos impostos, forte competição do setor, custo do capital, indisponibilidade de crédito e escassez de recursos internos.

    “No geral, as B2B [empresas que vendem para outras empresas] têm uma performance de alto crescimento melhor do que as B2C [empresas que vendem para o consumidor final]”, diz o o professor Diego Marconatto, que participou da pesquisa. “Isso é muito marcado nas empresas de médio porte.”

    Os países desenvolvidos têm como uma de suas grandes marcas setores fortes de médias empresas, diz o pesquisador. O maior motor de exportação da Alemanha são esses negócios. Nos Estados Unidos, perfazem 3% do mercado, o que corresponde a 200 mil empresas, e são responsáveis por um terço dos empregos no país. “No Brasil, o poder econômico está concentrado nas grandes empresas”, diz Marconatto. “Temos que dar mais força para as pequenas e médias, para democratizar o mercado e impulsionar a nossa economia.”

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