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Corais de um recife australiano estão morrendo; saiba por que isso é ruim

No último verão, a Grande Barreira de corais sofreu o pior branqueamento em massa da história

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jun 2024, 17h47 - Publicado em 28 jun 2024, 17h27

No verão passado, a Grande Barreira de Corais sofreu seu pior evento de branqueamento em massa. Novos dados mostram os danos devastadores que o branqueamento causou a um recife na Ilha Lizard, na Austrália – uma descoberta que não é um bom presságio para o restante desta maravilha natural.

Imagens de drone foram coletadas no recife de North Point, da Ilha Lizard, em março deste ano, e novas coletas foram feitas este mês. Os resultados mostram que mais de 97% dos corais branqueados naquele recife estão mortos.

Essa é a primeira avaliação quantitativa da mortalidade de corais do último evento de branqueamento em massa. Ainda não se sabe a quantidade de corais que morreram além desse recife. Mas, de acordo com outras pesquisas aéreas, quase um terço da Grande Barreira de Corais apresentou níveis “muito altos” e “extremos” de branqueamento no verão passado.

Isso significa que, se a Austrália quiser manter o status de patrimônio mundial da Grande Barreira de Corais – na verdade, se quiser preservar os recifes -, precisa agir agora para evitar mais mortes.

Medindo os danos

O branqueamento ocorre quando os corais expelem as algas de seus tecidos para as águas circundantes, geralmente devido ao estresse térmico. Isso deixa o coral branco, faminto e mais suscetível a doenças. Alguns corais morrem imediatamente. Outros podem se recuperar se as condições se tornarem mais benignas.

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A Grande Barreira de Corais passou por cinco eventos de branqueamento em massa na última década – o mais recente em março deste ano. Foi o evento de branqueamento em massa mais grave e generalizado já registrado no local. A tragédia fez parte do quarto evento global de branqueamento de corais do mundo. Essa declaração foi baseada no branqueamento significativo em ambos os hemisférios de cada bacia oceânica devido ao extenso estresse térmico das águas marítimas.

Nem todos os corais branqueados morrerão – eles podem se recuperar. Mas uma equipe de pesquisadores buscou descobrir quantos corais afetados pelo evento de branqueamento de março ainda estavam vivos hoje.

Em março, uma iniciativa documentou o recife North Point, na Ilha Lizard, usando imagens de drones. As imagens foram refeitas em junho, também sobrevoando o recife com drones, que coletaram imagens em horários determinados. Em seguida, as imagens foram usadas como base para compor dois mapas do recife – um para março e outro para junho.

O primeiro mapa mostrou que os corais estavam branqueados ou “fluorescentes”, aparecendo com cores vivas à medida que liberavam algas. O mapa de junho mostrou que mais de 97% dos mesmos corais haviam morrido.

Olhando para o futuro

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O Australian Institute of Marine Science deve divulgar seu relatório anual sobre as condições dos recifes de coral no final deste ano. Esta semana, a UNESCO expressou “extrema preocupação” com o branqueamento em massa dos corais e pediu que a Austrália tornasse pública a extensão da morte dos corais “o mais rápido possível”.

Os dados sugerem a necessidade de um plano de ação imediato para avaliar a extensão da mortalidade dos corais na Grande Barreira australiana. Esse plano deve incluir o uso de tecnologias de sensoriamento remoto, como drones e veículos subaquáticos operados remotamente, para fazer um levantamento eficiente de áreas extensas. Ambos os métodos podem fornecer dados padronizados e imagens de recifes, desde áreas rasas até áreas mais profundas, que fornecem dados de base para pesquisas futuras.

É importante ressaltar que esses dados devem ser disponibilizados para todos aqueles que desejam usá-los. Muitos cientistas, turistas e operadores comerciais também coletam dados sobre o recife, e a disponibilização gratuita de todos os dados ajudará a melhorar e atualizar nosso entendimento sobre a saúde do recife. Em última análise, isso levará a uma melhor tomada de decisões.

Esta matéria foi publicada originalmente em The Conversation Brasil.

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