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Conheça o verme que pode ser o ancestral dos humanos

O animal, encontrado na Austrália, teria sido o primeiro a possuir simetria bilateral, traço comum no reino animal

Por Sabrina Brito 24 mar 2020, 17h14

Um novo estudo publicado no último dia 23 revelou a descoberta daquele que pode ter sido o ancestral da maior parte dos animais que conhecemos hoje, incluindo o ser humano. A pesquisa foi coordenada por uma equipe da Universidade da Califórnia, Riverside (EUA).

Trata-se de um verme chamado Ikaria wariootia, primeiro organismo a apresentar parte frontal e dorsal, dois lados simétricos e orifícios conectados por entranhas. O artigo que relata o achado foi veiculado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences.

A presença de uma simetria bilateral, embora possa parecer trivial, é muito importante na escala evolutiva. Esse tipo de estruturação corporal permite que o animal se movimente de forma mais eficiente. Não à toa, grande parte dos seres vivos que conhecemos são bilateralmente simétricos; basta desenhar uma linha imaginária ao longo do corpo de um cachorro, pássaro ou homem, por exemplo, para notar a semelhança entre as duas metades.

Assim, a bilateralidade é uma característica muito antiga no reino animal. Estima-se, logo, que os primeiros seres a apresentarem esse tipo de simetria possam ser os precursores de organismos muito maiores e mais complexos.

O estudo mencionado baseou-se na descoberta de fósseis que datam de 630 a 542 milhões de anos atrás. Há quinze anos, cientistas encontraram tocas no sul da Austrália que, até agora, eles apenas teorizaram ter sido cavadas pelos primeiros seres bilaterais. Contudo, foi só recentemente que eles puderam colocar a teoria à prova, graças a tecnologias mais avançadas.

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Com ajuda de um financiamento da Nasa, os pesquisadores utilizaram um scanner 3D que relevou, nas tocas, a presença de marcas de corpos cilíndricos com cabeças e rabos demarcados e uma musculatura relativamente desenvolvida. De acordo com os especialistas e com base nas análises dos buracos deixados pelos seres, o animal teria tido de 2 a 7 milímetros de comprimento e de 1 a 2,5 milímetros de espessura — aproximadamente metade do tamanho de um grão de arroz.

Além das tocas, os cientistas encontraram mais de 100 espécimes de fósseis dos próprios vermes. Segundo os profissionais, as tocas, esculpidas pelos indivíduos do gênero Ikaria, representam os fósseis mais antigos já encontrados com esse nível de complexidade, reforçando a presença de uma simetria como a mencionada pela primeira vez.

A descoberta, caso confirmada, reforça as expectativas criadas pela teoria da evolução, que sugere a existência de uma árvore da vida em que apenas um ancestral antigo teria originado todos os demais, que então evoluíram independentemente.

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