De acordo com um estudo publicado no último dia 12 no periódico científico Lancet Psychiatry, 8% das crianças entre os 9 e 10 anos relata ter pensamentos suicidas, enquanto 2% afirma ter tentado tirar a própria vida. A pesquisa foi feita com mais de 8 mil jovens nos Estados Unidos.
O suicídio está atualmente em preocupante ascensão naquele país. A estimativa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças é de que tenha havido um aumento de 30% nas taxas de suicídio ao longo apenas da última década, com crescimento observável em todas as faixas etárias. Já no Brasil, as taxas subiram 7% em seis anos.
Segundo o artigo, um dos motivos mais fortes para o comportamento suicida nas crianças é o conflito familiar: em cerca de 50% das vezes em que jovens tiram a própria vida, algum problema familiar está envolvido. Estudos anteriores já apontavam que crianças que consideram o suicídio tendem a crer que suas mães são menos carinhosas e mais superprotetoras do que os jovens mentalmente saudáveis.
O conflito direto entre a criança e os pais costuma ter o maior impacto na saúde mental das crianças, seguido pela má comunicação com os genitores. Além disso, os relacionamentos do jovem na escola podem influenciar muito a sua saúde psicológica.
Como sugestão para os pais, os pesquisadores responsáveis pelo estudo apresentam a necessidade de supervisão da criança e envolvimento com a vida escolar de seu filho. Outra indicação é a prática de esportes dentro da escola: de acordo com estudos mais antigos, os jovens envolvidos com esse tipo de atividade física relatam taxas muito menores de pensamentos suicidas.
Alguns dos sinais dados pelas crianças e aos quais os pais devem ficar atentos são mudanças de humor repentinas, isolamento de família e amigos, sono excessivo, alterações nos hábitos alimentares e o sofrimento de bullying. Segundo os pesquisadores, é muito importante que o jovem sinta que seus pais estão ao seu lado, escutando-o e comunicando-se com ele.