Como assistir ao meteoro que passará perto da Terra nesta quinta
Equipe do Slooh, um projeto que utiliza telescópios ao redor do mundo, fará uma transmissão ao vivo do evento às 21h (horário de Brasília)
Um pequeno asteroide de até 30 metros de extensão passará perto da Terra nesta quinta-feira. Sem representar nenhum perigo, a rocha batizada de “2014 TC4” se deslocará entre a Terra e a Lua a uma distância mínima de 44.000 quilômetros. Mesmo que não dê para observar a passagem do asteroide a olho nu, ainda será possível acompanhar o fenômeno.
A equipe do Slooh, um projeto que utiliza telescópios ao redor do mundo, fará uma transmissão ao vivo do evento às 21h (no horário de Brasília). A pessoa deve se inscrever no site para ter acesso ao vídeo e a comentários de especialistas que vão acompanhar a passagem de “2014 TC4”. Com equipamentos amadores também será possível observar um pequeno ponto brilhante, cuja velocidade relativa em relação à Terra será de 7,3 quilômetros por segundo.
Defesa planetária
O evento ainda será utilizado para testar um sistema de defesa planetária que está sendo desenvolvido por cientistas. O exercício a ser realizado é coordenado pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, junto com a Nasa, a ESA e vários observatórios do mundo. Diversos telescópios serão apontados para a rocha quando este se aproximar do planeta.
Durante a passagem, os observatórios enviarão suas informações a centros de gestão de situações de emergência. “Veremos, então, se os dados que lhes enviamos são devidamente compreendidos, se são claros ou se é necessário melhorar as coisas”, disse Detlef Koschny, cientista da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).
A passagem do asteroide “não é preocupante, mas aproveitaremos para treinar”, disse Koschny. No início de 2017, um pesquisador da Nasa deu uma declaração afirmando que a humanidade não estaria preparada para se defender de um “asteroide surpresa” que se aproximasse do nosso planeta sem ser detectado. Por isso, cientistas de todo o mundo vêm trabalhando em estratégias para melhorar a identificação de objetos espaciais potencialmente perigosos antes que eles se aproximem da Terra. Paralelamente a isso, táticas mais “emergenciais” também são estudadas, como sondas capazes de desviar a rota de uma rocha espacial gigante que, eventualmente, estivesse vindo em nossa direção.
Segundo Koschny, poucas rochas espaciais chegam a uma distância preocupante do planeta. Quando chegam e conseguem adentrar a atmosfera, dependendo do seu tamanho, podem causar grandes estragos, como o meteorito que atingiu a cidade de Chelyabinsk, na Rússia, em 2013 e deixou mais de 1.500 feridos.