Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Cientistas sugerem hipótese para o interior da Lua

Pesquisa mostra que núcleo lunar pode ser semelhante ao da Terra, com uma camada fluida e outra mais sólida

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 Maio 2023, 17h22 - Publicado em 5 Maio 2023, 17h19

Apesar de ser um dos objetos celestes que mais conhecemos, a Lua ainda guarda alguns mistérios. Uma investigação minuciosa, cujos resultados foram publicados na revista Nature, revela do que pode ser composto o núcleo interno do nosso satélite natural. De acordo com o artigo, há uma bola sólida com densidade semelhante à do ferro. Com essas conclusões, os pesquisadores esperam criar novas hipóteses sobre sua origem. 

Em geral, a sondagem da composição interna dos corpos que compõem o sistema solar são feitas a partir de dados sísmicos, foi assim que identificaram o que há no interior da Terra e de Marte, por exemplo. O modo como as ondas geradas por terremotos se movem, costuma ser um meio eficiente para detectar os materiais que se escondem sob a crosta. O caso lunar, no entanto, sofreu alguns pequenos reveses. 

Dados sísmicos foram coletados pela Missão Apolo, mas devido a baixa resolução, não foi possível determinar com precisão o estado físico e os componentes do núcleo da Lua. O que sabemos é que na parte mais externa do núcleo há algum tipo de elemento fluido, mas sua especificação ainda permanece desconhecida. Além disso, os dados colhidos pela Apolo não ajudaram a responder se o núcleo interno era sólido ou fluido, como sua parte externa.

A fim de responder essas questões, pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França coletaram dados de missões espaciais e experimentos de laser lunar para compilar um perfil de características. Os dados incluem o grau de deformação lunar por interação gravitacional com a Terra, variações de distância entre o satélite e nosso planeta e densidade. A partir dessas informações, eles desenvolveram modelos que englobam vários tipos de núcleo, com o objetivo de descobrir qual combinava mais com os dados observados. 

Continua após a publicidade

As descobertas revelaram que os modelos mais compatíveis com o que sabemos são os que descrevem uma reviravolta ativa nas profundezas de seu manto. Isso significa que o material mais denso vai em direção ao centro, enquanto o material menos denso flutua para a superfície, em um movimento conhecido como convecção. 

Além disso, eles concluíram que o núcleo lunar é semelhante ao da Terra, ou seja, com uma camada fluida e um núcleo interno sólido. De acordo com a modelagem, o núcleo externo tem um raio de cerca de 362 quilômetros e o núcleo interno tem um raio de 258 quilômetros. Isso é cerca de 15% de todo o raio da Lua. O núcleo interno também tem uma densidade de cerca de 7.822 quilos por metro cúbico. Isso é muito próximo da densidade do ferro. Esses resultados confirmam hipóteses levantadas em 2011, levantadas a partir de dados da missão Apolo.

 Essas revelações tem algumas implicações interessantes para a evolução da Lua. Logo depois de sua formação, a lua tinha um poderoso campo magnético, que começou a declinar há cerca de 3,2 bilhões de anos. Esse campo é gerado pelos movimentos de convecção que acontecem no núcleo. Por esse motivo, descobrir o que compõe o núcleo lunar é fundamental para explicar as razões que levaram ao enfraquecimento de seu campo gravitacional. Embora os pesquisadores ainda não tenham uma resposta conclusiva, essa pode não estar muito longe e as futuras missões Artemis podem, finalmente, trazer os dados sísmicos que encerrarão de vez esse mistério.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.