Os buracos negros são objetos celestes muito densos e com gravidade tão intensa que nem mesmo a luz pode escapar deles. Astrônomos identificaram um espécime diferente dessa categoria, classificado como adormecido porque não emite radiação X e parece ter nascido sem a explosão de uma estrela moribunda. Com massa pelo menos nove vezes maior que o Sol, foi detectado na região da Nebulosa da Tarântula, da Grande Nuvem de Magalhães, e está localizado a cerca de 160.000 anos-luz da Terra. Ou seja, o que estamos captando dele agora é uma imagem de milhares de anos atrás.
Uma estrela azul luminosa e quente com uma massa cerca de 25 vezes a do Sol forma com o buraco negro um sistema binário chamado de VFTS 243. Os pesquisadores acreditam que a estrela eventualmente poderá se fundir com a companheira. Objetos assim são difíceis de detectar porque interagem muito pouco com o ambiente. Vários candidatos foram desmascarados com mais estudos, inclusive por membros da equipe que descobriu este.
Os pesquisadores usaram seis anos de observações do Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul, com sede no Chile. “O desafio é encontrar esses objetos”, disse a agência Reuters Tomer Shenar, da Universidade de Amsterdã, principal autor do estudo publicado nesta segunda-feira, 18, na revista Nature Astronomy. “Identificamos uma agulha no palheiro.”
Existem diferentes categorias de buracos negros. Os menores, como o recém-detectado, são os chamados buracos negros de massa estelar formados pelo colapso de estrelas individuais massivas no final de seus ciclos de vida. Também existem buracos negros de massa intermediária, bem como os enormes buracos negros supermassivos que residem no centro da maioria das galáxias.