Óleos e resinas costumam ser as estrelas quando se fala de artes plásticas, mas as obras-primas, desde pintores medievais até mestres renascentistas como Sandro Botticelli (1445-1510) e Leonardo da Vinci (1452-1519), também tinham quantidades consideráveis de proteínas. Claras de ovos, além de um ingrediente culinário versátil, são fontes ricas nesse nutriente e foram utilizadas na composição de diversos pigmentos.
A criação das tinturas oleosas sempre foi um processo demorado e trabalhoso, com a mistura de diferentes minerais, dispersantes e colas para atingir os tons e texturas desejados. Os ovos eram componentes importantes de algumas dessas colorações, como a têmpera, utilizada para atingir alguns tons de pele e a cor azul.
Um estudo publicado na Nature Communications sugere que a utilização dessas fontes de proteína pode ser mais difundida do que se acreditava e que esse foi um passo importante para a sofisticação de técnicas. Diferentes porções desse nutriente podem melhorar o fluxo da tinta no papel e a velocidade de secagem, além de evitar a umidade, o enrugamento e a degradação.
A descoberta ajuda a compreender melhor o processo de criação desses pigmentos, um conhecimento que foi perdido ao longo do tempo. Essa expertise vai aprimorar as técnicas de conservação de um grande conjunto de obras e permitirá que elas sejam admiradas por muito mais tempo.