Hieróglifos recém-descobertos na tumba do faraó Tutancâmon sugerem que o local de repouso de sua madrasta, Nefertiti, pode estar localizado em uma câmara adjacente. As revelações feitas pelo arqueólogo britânico Nicholas Reeves, um dos mais importantes egiptólogos em atividade, dão novo fôlego a uma teoria que poderia ajudar a localizar o local de sepultamento de Nefertiti, resolvendo assim um dos grandes mistérios do Antigo Egito.
De acordo com o pesquisador, antigo curador do departamento de antiguidades egípcias do British Museum, embora escaneamentos feitos com radares em busca da tumba de Nefertiti tenham se mostrado inconclusivos, os novos achados sugerem há muito mais a descobrir no local.
“Agora, posso mostra que sob os símbolos de Aí, o sucessor faraônico de Tutancâmon, há símbolos gravados sob as ordens do próprio Tutâncamon durante o sepultamento de Nefertiti”, afirmou Reeves ao jornal inglês The Guardian. “Esta conclusão encontra confirmação absoluta nos perfis faciais das figuras – o nariz arrebitado e o queixo rechonchudo da [figura] atualmente rotulada como Aí segue de forma precisa o contorno facial padronizado adotado para representações oficiais de Tutancâmon no início de seu reinado. O rosto da múmia carrega as características indiscutíveis de Nefertiti”, conclui.
A tumba de Tutancâmon foi descoberta há cem anos pelo explorador Howard Carter. Nela estavam tesouros que o faraó poderia precisar na vida após a morte, incluindo cadeiras e carruagens. Por conta de sua morte inesperada (ele tinha apenas 19 anos quando morreu, e reinou durante nove anos), ele precisou ser enterrado com rapidez. Portanto, sua tumba seria apenas a parte exterior de outra, muito maior, que conteria a múmia de Nefertiti.
Em 2015, Reeves afirmou que imagens em alta resolução da tumba indicavam corredores não explorados, embora outros profissionais tenham afirmado que as fotografias são inconclusivas. George Ballard, um especialista em investigação geofísica de edifícios, diz que há evidência suficiente para indicar outras estruturas construídas pela ação humana que ainda não foram analisadas.
As recentes descobertas serão publicadas por Reeves na nova edição do livro “The Complete Tutankhamun”, cuja primeira versão se tornou um best-seller há 30 anos, e desde então a obra tem sido regularmente reeditada.