Os ursos polares são os animais mais famosos do ártico, mas é muito difícil encontrá-los saudáveis em zoológicos. Isso acontece porque eles têm uma vida muito dinâmica – além de passar a maior parte do tempo nadando ou em plataformas de gelo no meio do mar, onde esperam pelo aparecimento das focas, seu alimento favorito, ao longo do ano eles mudam com frequência, em busca de parceiros para copular ou ambientes mais agradáveis. Essa vida dinâmica faz com que a permanência em cativeiros os leve a, literalmente, morrer de tédio. Agora, um novo estudo revela que essa é a realidade da maior parte dos animais itinerantes.
O trabalho foi publicado no periódico científico do The Royal Society e mostra que animais carnívoros, usualmente nômades ou seminômades, têm uma maior probabilidade de morrer na juventude, de se reproduzir menos e apresentar muito tempo de tédio quando são mantidos em cativeiro. Por outro lado, animais mais sedentários, como os visons-americanos e as raposas, se adaptam bem a esses ambientes, ficam mais saudáveis e procriam mais.
Isso acontece porque, em regiões selvagens, os animais itinerantes estão sempre tomando decisões, podem fazer escolhas e são expostos a ambientes diferentes, o que os ajuda a se manter saudáveis e ativos. Em cativeiro, o ambiente pequeno e pouco desafiador os limita, fazendo com que o comportamento mude muito em relação ao natural.
A descoberta foi feita com base em uma análise que investigou mais de 13 mil indivíduos de 42 espécies diferentes. De acordo com os pesquisadores, os resultados sugerem que, se mantidos em cativeiro, esses animais devem ser expostos a novidades, a desafios cognitivos e a oportunidades de controle para que vivam com bem-estar.