Preso na tarde desta quinta-feira, o médico Denis Cesar Barros Furtado divulgou, na sua conta em uma rede social, cinco vídeos nos quais se defende das acusações sobre a morte da bancária Lilian Calixto, que se submeteu a um procedimento estético nos glúteos no apartamento do médico, no Rio de Janeiro. Furtado, conhecido como Dr. Bumbum, disse que o caso foi “uma fatalidade, que acontece com qualquer médico”, e que vai provar sua inocência.
O médico disse ser “um mistério a causa da morte, mas é uma injustiça o que estão falando de mim na televisão”. Ele ressaltou ter habilitação válida no Conselho Regional de Medicina (CRM), mas não comentou o fato de não ter especialidade na área, como ressaltou a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), bem como de ter feito o procedimento dentro da sua casa, a qual se referiu como “consultório”.
Na versão dele, Lilian Calixto “saiu hígida” após o procedimento e passou mal horas depois, quando ele a levou a um hospital “para tomar um soro e ver se melhorava”. “Ela veio a falecer horas depois, dentro do hospital. Eu quero saber o que é isso”, completou.
Furtado também negou o uso de polimetilmetacrilato (PMMA), material que teria sido aplicado na paciente e é proibido. O médico disse ainda que a sua defesa pedirá que seja feita uma perícia no glúteo da paciente, para comprovar as suas alegações.
Nos vídeos, ele também falou sobre um suposto “atentado” que teria sofrido. “A minha demora em fazer esse pronunciamento foi porque eu sofri um atentado, com perseguição ao meu carro, fuzil e tiros. Eu não sei se eram bandidos ou a família da vítima querendo represália. Até agora, eu não sei quem era.”
https://www.instagram.com/p/BlbIu0kFtJQ/?taken-by=drdenisfurtado
Entenda o caso
Dono de um capital de 655 000 seguidores no Instagram, Furtado ganhou fama com procedimentos como o que fez em Lilian Calixto, de preenchimento dos glúteos, o que lhe rendeu o título de “Dr. Bumbum”. Na rede social, compartilhava fotos de procedimentos cirúrgicos que realizava.
A bancária morava em Cuiabá, no Mato Grosso, e foi ao Rio de Janeiro exclusivamente para passar pelo procedimento com o médico, na cobertura dele na Barra da Tijuca. A SBCP afirmou que a realização de procedimentos do tipo em casa é proibida.
Prisão
Após a morte de Lilian, Denis e sua mãe, Maria de Fátima, ficaram foragidos por quatro dias, até que fossem encontrados pela polícia nesta quinta-feira em um um suposto escritório do médico, que ficava em um shopping na região da Barra da Tijuca. Também serão investigadas por homicídio doloso (quando há intenção ou se assume o risco de matar) a técnica de enfermagem Rosilane Silva e a secretária Renata Cirne, que seria sua namorada. Renata já está presa e Rosilane responderá em liberdade, por decisão da Justiça.
O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) informou que cassou o registro médico de Denis e que o caso agora será analisado pelo conselho federal da categoria. O CRM-DF já investigava a atuação dele desde março de 2016, o que levou a suspensão dos direitos de atuar por três meses, revertida por uma decisão da Justiça Federal em Brasília.