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Três mulheres são torturadas, mortas e decapitadas em Fortaleza

Polícia ainda procura corpos, mas vídeo em rede social mostra vítimas, que seriam ligadas a uma facção, sendo assassinadas e suas cabeças jogadas no mangue

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 8 mar 2018, 14h09 - Publicado em 7 mar 2018, 20h04
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  • A Polícia Civil do Ceará procura os corpos de três mulheres que foram torturadas, mortas e decapitadas por uma facção criminosa em Fortaleza. O crime, que aconteceu na sexta-feira, 2, foi filmado pelos próprios executores e postado nas redes sociais.

    Policiais e bombeiros militares realizaram buscas no mangue e na foz do Rio Ceará, na zona oeste da capital, mas, até a tarde desta quarta-feira, 7, os corpos ainda não haviam sido localizados. As três mulheres são apontadas como simpatizantes ou integrantes da facção Comando Vermelho (CV), embora os familiares neguem qualquer envolvimento das vítimas com o crime organizado.

    Ingrid Teixeira Pereira, Darciele Anselmo de Alencar e Nara Alyne Mota de Lima teriam sido sequestradas na noite de quinta-feira, 1º, em Maracanaú, e levadas para o mangue do Rio Ceará, localizado entre os bairros Vila Velha e Barra do Ceará, local onde teriam sido torturadas pelos assassinos.

    No vídeo, uma das garotas aparece sendo ameaçada e obrigada a afirmar que “rasgou a camisa” do CV e passou para o lado da GDE (Guardiões do Estado), uma facção rival. Mesmo implorando para que poupassem sua vida, a jovem é executada com um tiro no rosto. Em seguida, um dos assassinos corta a cabeça dela com um facão. Na mesma cena, outro bandido mostra as três cabeças já decapitadas e joga-as nas águas do mangue, comemorando as mortes.

    O delegado adjunto do 7º Distrito Policial, Alexandre Sanders, informou que na terça-feira, 6, três homens e um adolescente foram capturados pela polícia no bairro Parque Leblon, em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza. Diego Alves Fernandes, de 21 anos, Antônio Honorato dos Santos, de 42, e Luís Alexandre Alves, de 23, são apontados pela Polícia Civil como suspeitos de envolvimento no triplo homicídio. Um menor foi apreendido, e um quinto suspeito segue foragido.

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    Onda de violência

    O Ceará, principalmente a capital, vive uma onda de assassinatos desencadeada pela guerra entre as facções criminosas Comando Vermelho, Guardiões do Estado e PCC (Primeiro Comando da Capital). No sábado, 27 de janeiro, criminosos em três carros dispararam contra uma casa de forró no bairro Cajazeiras, área de domínio do CV e mataram 14 pessoas e e feriram outras seis. Horas depois, criminosos divulgaram vídeo nas redes sociais comemorando a chacina, a maior da história do estado.

    Dois dias depois, na superlotada cadeia pública de Itapajé, a 124 quilômetros de Fortaleza, o CV exterminou dez detentos ligados ao PCC, organização originária de São Paulo que mantém uma aliança instável com os GDE. Oito detentos ficaram feridos. O estado removeu 44 presos sobreviventes para outras unidades e prendeu sete suspeitos pelas mortes no forró.

    No dia 16 de fevereiro, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, maior liderança nacional do (PCC) nas ruas, foi assassinado em uma emboscada na reserva indígena de Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza. Com ele, também foi morto Fabiano Alves de Souza, o Paca. A suspeita é que o crime tenha sido motivado por disputas internas da facção.

    (Com Estadão Conteúdo)

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