O miliciano e ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando de Curicica, apontado por uma testemunha como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, será transferido para um presídio federal de segurança máxima. A decisão é da 5ª Vara Criminal da Capital e atende a pedido da defesa. O ex-PM vai seguir no presídio Bangu 1 até que seja determinado para qual unidade ele será transferido.
O advogado Renato Darlan, que defende Orlando, explicou que pediu a transferência porque seu cliente já sofreu uma tentativa de envenenamento e se encontra em greve de fome. Em carta escrita na prisão, o ex-PM negou participação no assassinato e disse que não conhecia Marielle e que nunca esteve com o vereador Marcello Siciliano (PHS), outro apontado pela testemunha como mandante do crime.
Darlan esteve na Delegacia de Homicídios onde tentou, sem sucesso, ter acesso ao depoimento do delator que teria apontado Orlando de Curirica e Marcello Siciliano como mandantes do assassinato. Ele contou que tampouco conseguiu falar com o delegado responsável pelo caso, Giniton Lages, que esteve em Bangu 1 na quinta para conversar pessoalmente com o ex-PM.
“O Orlando está em greve de fome absoluta, está debilitado, nem sei como vou encontrá-lo”, explicou o advogado. “Consideramos que isso seja uma espécie de tortura emocional, de tentar fazer com que ele fale coisas que não sabe.”
Na última sexta, Darlan afirmou que a visita do delegado a seu cliente foi para pressioná-lo a confessar a participação na morte de Marielle e de Anderson Gomes. A Secretaria de Segurança confirmou que o delegado esteve em Bangu 1 e se encontrou com o ex-PM, mas disse que foi a pedido do preso.