Mais um corpo sem vida, de uma mulher adulta, foi retirado nesta quinta-feira, 18, dos escombros dos dois prédios que desabaram na comunidade da Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro. Com isso, subiu para vinte o número de vítimas fatais do colapso dos edifícios, construídos de forma irregular em uma área controlada por milícias e colapsados na manhã da última sexta-feira, 12.
Três pessoas seguem desaparecidas. As buscas seguem com mais de 100 militares, cães farejadores, drones, helicópteros, ambulâncias e viaturas. Os bombeiros conseguiram chegar aos andares mais baixos dos prédios, um indício do início do encerramento das buscas.
Difícil, a tarefa é feita com relativa lentidão porque é feita manualmente, sem uso de britadeiras e máquinas pesadas, pois ainda há esperança de achar sobreviventes. Cães farejadores que estiveram no resgate das vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG) estão ajudando no trabalho.
Pelo menos dez pessoas ficaram feridas no desabamento dos prédios, que ocorreu três dias depois de a região ter sido castigada por uma tempestade. Três pessoas seguem internadas, duas mulheres em CTI, em estado grave, e uma criança em estado “estável, porém delicado”.
Os dois prédios que desabaram ficam numa região dominada pela milícia – grupo paramilitar que explora vários negócios em comunidades carentes do Rio. A exploração imobiliária irregular, a exemplo da construção dos prédios que caíram, é um dos principais fontes de recursos desses grupos.
Com o encerramento do trabalho dos bombeiros, haverá a implosão de pelo menos dezesseis prédios do Condomínio Figueiras do Itanhangá. Três deles ficam próximos aos edifícios que desabaram e teriam já sua estrutura afetada. Os treze demais também foram construídos irregularmente. A Prefeitura ofereceu cadastro no programa Minha Casa Minha Vida às famílias desabrigadas.
(Com Estadão Conteúdo)