Sob aplausos, foi enterrado nesta sexta-feira, 15, o corpo de Marilena Ferreira Vieira Umezu, de 59 anos, coordenadora pedagógica da Escola Estadual Professor Raul Brasil morta durante o massacre na escola na manhã de quarta-feira, 13. Amigos e parentes também acompanharam uma missa nesta manhã. Antes do sepultamento, uma celebração foi realizada na capela do Cemitério Municipal São Sebastião, em Suzano.
O cortejo com o corpo de Marilena chegou ao cemitério por volta das 11h20. O enterro foi realizado na sexta-feira, porque a família aguardava a chegada de um dos filhos da coordenadora que mora há sete anos na China.
“Todo mundo tem de ensinar as crianças em casa. Muitos pais acham que a criança vai aprender alguma coisa na escola e acham que a escola vai ensinar tudo, mas não. A educação vem do berço e foi isso que a minha mãe sempre ensinou para a gente. Ela ensinou seus valores para a gente, desde pequeno, e ajudou a gente a entender o que é certo e o que é errado. Quem tem valor, vai ser uma pessoa boa na vida. Não tem segredo”, disse o engenheiro mecânico Michael Vieira Umezu, de 38 anos, um dos filhos da coordenadora.
Ele fala que a mãe tinha carinho pelos estudantes. “Tem muitos alunos bons no Raul Brasil e ela era muito querida lá. Ela gostava dos alunos e queria vê-los se dando bem.”
Além de Marilena, foram mortas sete pessoas: Caio Oliveira, de 15 anos, Cleiton Antonio Ribeiro, de 17, Douglas Murilo Celestino, de 16 anos, Kaio Lucas da Costa Limeira, de 15, e Samuel Melquiades Silva Oliveira, além da inspetora escolar Eliana Regina de Oliveira Xavier, de 38 e o dono da locadora de veículos Jorge Antonio de Moraes, de 51.
Sem velório
A pedidos de suas famílias, os jovens que realizaram o ataque à escola foram enterrados sem velórios organizados. Os sepultamentos ocorreram na quinta-feira, 14, às 12h30 em dois cemitérios da cidade. Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, foi sepultado no São Sebastião. Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, foi enterrado no São João Batista.
“As famílias estavam muito abaladas. No sepultamento do Castro, vieram umas 40 pessoas e elas passaram 20 minutos velando o corpo na capela. Não tem coroa nem o nome na sepultura. O enterro foi rápido e sem intercorrências”, disse Fábio Tostes da Luz, administrador dos cemitérios São Sebastião e São João Batista. Sobre o enterro do menor, ele diz: “A família optou por abrir o caixão no local e foi rápido”.