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Sessenta integrantes da Força Nacional viajam para fronteira com Venezuela

Oficiais devem ajudar a controlar a segurança em Pacaraima após tumultos entre venezuelanos e moradores brasileiros

Por Da Redação
Atualizado em 20 ago 2018, 18h00 - Publicado em 20 ago 2018, 12h03
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  • Os primeiros sessenta integrantes da Força Nacional destinados ao reforço da segurança em Pacaraima, cidade na fronteira com a Venezuela em Roraima, saíram da Base Aérea de Brasília por volta das 8h30 desta segunda-feira, 20 (horário de Brasília).

    Após reunião do presidente Michel Temer com um grupo de ministros no domingo, 19, o governo federal afirmou que vai enviar 120 homens da Força Nacional de Segurança e 36 voluntários na área de saúde para Pacaraima.

    A ação é uma resposta aos tumultos ocorridos no sábado, 18, entre imigrantes venezuelanos e moradores brasileiros.

    Segundo o Ministério da Segurança Pública, os primeiros sessenta oficiais devem pousar em Boa Vista por volta das 13h30 desta segunda e de lá seguir para Pacaraima. O restante de oficiais deve ser enviado nos próximos dias.

    Os 36 voluntários na área de saúde atuarão no atendimento aos imigrantes, em parceria com hospitais universitários.

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    Na reunião também ficou decidido que os esforços de envio de venezuelanos para outros estados serão intensificados. Isso deverá reduzir a pressão sobre Roraima, que tem sido a principal porta de entrada para os imigrantes do país vizinho. Grupos já foram enviados para São Paulo, Mato Grosso e Brasília, entre outros.

    Temer convocou uma nova reunião com seus principais ministros para a tarde desta segunda-feira, com o objetivo de discutir mais soluções para o conflito.

    As primeiras propostas são a construção de dez abrigos definitivos para imigrantes, um abrigo de transição na fronteira, com atendimento humanitário, que facilite a interiorização e reduza o número de pessoas nas ruas.

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    Conflito

    A revolta do sábado começou em decorrência do assalto a um dos moradores de Pacaraima, o comerciante Raimundo Nonato de Oliveira, de 55 anos, que teve a casa invadida e foi espancado durante um assalto que teria sido praticado por quatro venezuelanos. Atingido na cabeça, o homem foi levado para um hospital da capital, Boa Vista, por causa dos ferimentos.

    Brasileiros organizaram uma manifestação contra a entrada de venezuelanos no país, mas o protesto resultou em atos de violência contra os refugiados. Agressões físicas foram registradas e as tendas onde os estrangeiros estavam abrigados foram destruídas.

    Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram brasileiros ateando fogo às pilhas com objetos dos acampamentos montados pelos venezuelanos. Eles cantavam o hino nacional enquanto vandalizavam os centros de acolhida. Também há imagens de moradores que se desentenderam com policiais venezuelanos na região fronteiriça. Guardas armados aparecem no território do país vizinho pedindo calma a um grupo que disparava insultos e provocações.

    O intenso fluxo migratório se dá em razão da crise humanitária que vive a Venezuela. Além da violenta repressão empreendida pela ditadura de Nicolás Maduro, o país sofre graves problemas econômicos e registra hiperinflação e desabastecimento de produtos básicos dos supermercados.

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