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Servidor do Turismo foi indiciado por crime junto com marido da ministra

Waguinho, marido de Daniela Carneiro, e dois de seus secretários na prefeitura de Belford Roxo respondem processo penal por crime contra o meio ambiente

Por Gustavo Silva Atualizado em 25 jan 2023, 12h36 - Publicado em 25 jan 2023, 12h04

Flávio Francisco Gonçalves, nomeado pela ministra Daniela Carneiro (União Brasil) ao cargo de Diretor do Departamento de Qualidade, Inteligência, Planejamento e Inovação no Ministério do Turismo na segunda-feira, 23, responde na Justiça fluminense a processo por crime contra a natureza pelo período em que foi secretário municipal do Meio Ambiente na prefeitura de Belford Roxo. Junto a ele, Márcio Canella, então secretário municipal da Casa Civil e Waguinho, prefeito da cidade desde 2016 e marido de Daniela, também respondem, na segunda instância, pela acusação feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em 2017 de que eles administraram um aterro não licenciado na área de Preservação Ambiental do Alto Iguaçu, na Baixada Fluminense.

O trio é acusado de causar poluição ao Rio Botas, área conhecida como “Lixão de Bambi”, após jogar dentre 400 e 600 toneladas de resíduos no local. Na denúncia do MPRJ, a qual VEJA teve acesso, havia um funcionário do município na região, responsável pela entrada dos carros, com de prancheta e relatórios, controlando a atividade de veículos e motoristas. Os promotores do caso apontam que, paralelamente ao caso de crime ambiental, uma “verdadeira organização criminosa, em franca expansão de suas atividades delituosas, tomou de assalto o Poder Municipal”.

Os laços de Flávio com a atual ministra do Turismo, Daniela Carneiro, remetem à longa amizade dele com Waguinho, que seriam considerados primos. E a relação com a política se estreitou no período em que ela foi secretária na prefeitura comandada pelo  marido, em 2017. A transparência do município de Belford Roxo mostra que pagamentos foram feitos a Flávio entre 2015 e 2020, tendo recebido no último ano de serviços à prefeitura uma média de 8 mil reais.

Antes de ser secretario, ele já havia trabalhado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro nos escritórios do então deputado estadual Waguinho, entre 2011 e 2016, e do deputado estadual Márcio Canella, entre 2016 e 2017. Ainda em 2017, foi nomeado para a prefeitura de Belford Roxo, para trabalhar na secretaria municipal do Meio Ambiente, onde se tornou secretário, em 2019 e ficou até o fim de 2020. Depois disso, Flávio ocupou o cargo de subsecretario de Conversação da Biodiversidade e Mudanças do Clima, exercendo o cargo entre dezembro de 2020 e dezembro de 2022, na secretaria do Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Rio de Janeiro. 

Em nota, o Ministério do Turismo informou: “não há nenhuma condenação contra Flávio Gonçalves e não existe impedimento para sua nomeação em qualquer cargo público. Ressalta, ainda, que Flávio tem vasta experiência em gestão pública”. A defesa de Flávio Francisco Gonçalves não foi localizada. Contatadas, as assessorias de Márcio Canella, Waguinho não responderam até o momento da publicação da reportagem.

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