Com 6,2 milhões de habitantes e cerca de 8 milhões de veículos circulando por suas ruas, o Rio de Janeiro foi a cidade escolhida no país para receber um projeto piloto do Google, com o uso de Inteligência Artificial (IA), que tem como objetivo melhorar o monitoramento e a qualidade do ar. A parceria entre o município e a empresa de tecnologia foi anunciada durante o Urban 20 (U20), o fórum dos prefeitos das maiores economias do mundo, realizado no último fim de semana na capital fluminense. Pelo acordo, que envolverá o Centro de Operações Rio (COR-Rio), órgão da prefeitura responsável por coordenar o enfrentamento de riscos, emergências e urgências relativos a questões climáticas, serão instalados nos próximos meses vinte sensores de baixo custo na cidade, com capacidade para coletar informações em tempo real sobre os níveis de poluição.
A iniciativa integra o projeto AirView+, lançado em 2020 na Índia, também país-membro do G20. Nesse período, os indianos já convivem com mais de 800 sensores espalhados em 150 cidades, que possibilitam o desenvolvimento de dados e análises e auxiliam na melhora da gestão da qualidade do ar no país. Os sensores usados naquele país, como os que serão distribuídos na capital carioca, foram desenvolvidos pela empresa Aurassure, startup indiana especializada em coleta e análise de dados ambientais, que também é colaboradora do projeto.
A escolha dos locais para a instalação dos sensores com IA ainda serão definidos pelo COR-Rio em parceria com o Google. Ao possibilitar o fornecimento de informações mais detalhadas e em tempo real, estes aparelhos permitirão a localização de outras áreas gravemente afetadas pela poluição, bem como o rastreamento do movimento de poluentes e a avaliação da eficácia das intervenções na qualidade do ar. De acordo com a experiência já posta em prática na Índia, essas informações podem ajudar autoridades públicas, organizações e pesquisadores em medidas que irão mitigar os efeitos da poluição.
A intenção é que estes dados sejam integrados à plataforma de monitoramento já existente da COR-Rio e servir como uma fonte de informação adicional para definir índices de qualidade, identificar estratégias de redução de poluição e políticas de saúde pública. Hoje, o Rio já possui oito estações de monitoramento da qualidade do ar e a intenção é que estes sensores inteligentes tragam ainda mais eficácia para a rede de monitoramento.
De acordo com a gigante da tecnologia, Rio tem o potencial de servir como modelo para outras cidades ao redor do Brasil e do mundo que enfrentam desafios semelhantes em relação à qualidade do ar. “Parceiros como o Google fazem com que possamos caminhar para construir um Rio cada vez mais resiliente. A estruturação desses dados de cidade torna-se mais fácil com a participação de grandes empresas mundiais nos emprestando grandes ferramentas e equipamentos”, comentou o chefe executivo do COR, Marcus Belchior, ao anunciar a iniciativa. “Estamos felizes em colaborar com as autoridades e moradores do Rio em seus objetivos de sustentabilidade, monitorando com maior precisão e fornecendo insights que possibilitem ações para melhorar a qualidade do ar para os cariocas”, afirma Luisa Phebo, líder de parcerias para Impacto Social do Google na América Latina.