O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) realizou uma série de pagamentos na loja de ternos italianos Ermenegildo Zegna, por meio de depósitos em espécie, entre 2014 e 2015. No total, foram gastos mais de 156.000 reais.
Segundo relatório da Operação Lava Jato, os depósitos foram feitos de forma fracionada, sempre em dinheiro, para que ele não fosse identificado pelo controle do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Os depósitos ocorreram entre 19 de agosto de 2014 e 9 de junho de 2015. Foram 11 no total, o maior deles de 38.000 reais.
A investigação se deu porque foram encontrados diversos ternos da marca na residência de Cabral. Procurada, a loja confirmou as compras. Um terno sob medida da marca italiana pode chegar a 20.000 reais.
As investigações que resultaram na segunda fase da Operação Lava Jato no Rio, batizada de Operação Eficiência, teve início com base nas delações premiadas de dois operadores do mercado financeiro: Renato Hasson Chebar e seu irmão Marcelo Hasson Chebar. Ambos delataram que Cabral enviou 100 milhões de dólares para o exterior, cerca de 340 milhões de reais.
Segundo depoimento de delatores, que procuraram espontaneamente o Ministério Público Federal (MPF) após a deflagração da Operação Calicute, o ex-governador enviou os valores ao exterior por meio de contas em nomes de terceiros. O MPF afirma que já conseguiu repatriar cerca de 270 milhões de reais.