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Reinaldo Gonçalves Zacarias: o príncipe do pagode

Entre idas e vindas do hospital, cantor continuou se apresentando ao vivo até o fim, que chegou na madrugada de 18 de novembro. Ele tinha 65 anos

Por Da Redação Atualizado em 22 nov 2019, 09h36 - Publicado em 22 nov 2019, 06h00

No início dos anos 90, uma leva de sambistas de São Paulo invadiu o resto do país. Bandas como Katinguelê, Negritude Junior e Soweto, entre outras, faziam um samba moderno, com elementos pop. Ainda que tenha sido chamado jocosamente de “pagode mauricinho” — como a crítica carioca alfinetava o samba paulistano —, esse novo jeito de batuque tinha gingado e origem no próprio Rio de Janeiro. Coisa do carioca Reinaldo Gonçalves Zacarias, que migrou para São Paulo em 1982 e se transformou numa espécie de padrinho do gênero que então engatinhava. Ele fez também o caminho inverso, dando chance a nomes do Rio que então buscavam um lugar ao sol — como Arlindo Cruz, na época integrante do Fundo de Quintal, ou Dudu Nobre, da banda de Zeca Pagodinho.

Reinaldo nasceu em Cavalcanti, bairro da Zona Norte do Rio. Embora sua família não tivesse contato especial com o samba, ele logo se encantou com o universo do ritmo: frequentava os ensaios da escola Em Cima da Hora, famosa pelo enredo Os Sertões, baseado no livro de Euclides da Cunha. Empolgado na nova seara, foi um dos fundadores do grupo O Samba Nosso de Cada Dia, que acompanhou ícones do gênero, como Dona Ivone Lara e João Nogueira. Em 1986, lançou seu disco de estreia, Retrato Cantado de um Amor.

A denominação “Príncipe do Pagode”, surgida por acaso, o acompanharia pela vida inteira. Um radialista amigo do músico tinha por costume criar apelidos para os cantores que tocavam na sua programação. Quando escolheu Reinaldo, anunciou o epíteto de sangue azul, e a nomenclatura pegou. Outro destaque de sua discografia são os três volumes de Pagode pra Valer, de 1999, nos quais gravou sucessos de autores como Almir Guineto e Sombrinha e do grupo Fundo de Quintal. Há quatro anos, foi diagnosticado com um câncer no pulmão. Entre idas e vindas do hospital, continuou se apresentando ao vivo até o fim, que chegou na madrugada de 18 de novembro. Ele tinha 65 anos.

O cineasta da retomada

Filho dos produtores Luiz Carlos Barreto e Lucy Barreto, o cineasta Fábio Barreto dirigiu os longas O Quatrilho, de 1995, e Lula, o Filho do Brasil, de 2009, entre outros. O Quatrilho, que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro, foi considerado um dos marcos da chamada “retomada” do cinema brasileiro, depois dos cortes de verbas para a cultura impostos pelo governo Collor, no início dos anos 1990. Na véspera do Natal de 2009, Fábio sofreu um acidente de carro no Rio de Janeiro e desde então estava em coma. Tinha 62 anos. Morreu na quarta-feira 20.

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Um problema chamado Assange

O Ministério Público sueco anunciou na terça-feira 19 o arquivamento da investigação sobre uma acusação de estupro contra o criador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange. Segundo a procuradora Eva-Marie Persson, a decisão foi tomada com base no longo período decorrido entre a denúncia, em 2010, feita por duas mulheres e a reabertura do caso, pouco depois de Assange ter sido detido pelas autoridades britânicas, em abril deste ano, após viver sete anos exilado na Embaixada do Equador em Londres. “As provas não são suficientemente fortes”, resumiu Eva-­Marie, embora tenha admitido que a parte lesada apresentou uma versão verossímil. O anúncio das autoridades suecas estabelece um dilema para a Justiça do Reino Unido: como Assange foi preso por ter violado a liberdade condicional no caso do suposto estupro, exilando-se nas dependências equatorianas, o que fazer agora que a história foi engavetada? O hacker e ativista aguarda na prisão um pedido de extradição para os Estados Unidos, onde há contra ele acusações de conspiração e espionagem por ter invadido computadores do governo.

Publicado em VEJA de 27 de novembro de 2019, edição nº 2662

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