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Queiroz e filha que assessorou Bolsonaro prestam depoimento ao MPF do Rio

Investigação apura se funcionários públicos federais teriam vazado informações a Flávio Bolsonaro; teor dos depoimentos está sob sigilo

Por Marina Lang
Atualizado em 4 set 2020, 11h22 - Publicado em 3 set 2020, 20h45

O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Fabrício Queiroz e sua filha, Nathalia Queiroz, ex-assessora do presidente Jair Bolsonaro quando este exercia seu mandato na Câmara dos Deputados, prestaram depoimento ao Ministério Público Federal na tarde desta quinta-feira, 3. A investigação foi instaurada a fim de apurar o suposto vazamento na Operação Furna da Onça, no final de 2018, que prendeu sete deputados estaduais e revelou um possível esquema de rachadinhas no gabinete do filho do presidente.

Queiroz permaneceu 2h10 no edifício do MPF. Ele estava acompanhado da advogada e não falou com a imprensa. Os advogados de defesa não revelaram o teor do depoimento, que ocorreu sob sigilo. O acesso da imprensa ao prédio do MPF, no centro do Rio, foi vetado. Procurado, o coordenador do Controle Externo da Atividade Policial do MPF no Rio, Eduardo Benones, não se manifestou.

O vazamento foi narrado pelo empresário Paulo Marinho, ex-apoiador do clã Bolsonaro durante as eleições, ao jornal “Folha de S.Paulo” em maio. De acordo com Marinho, Flávio Bolsonaro foi alertado com antecedência sobre as investigações e sobre a operação por um delegado da Polícia Federal (PF) na porta da Superintendência do órgão no Rio. O encontro teria ocorrido na semana seguinte ao primeiro turno das eleições presidenciais. Segundo o relato, o delegado teria dito que a investigação atingiria assessores do gabinete de Flávio, mas que iria “segurar” a operação para não prejudicar a eleição de Bolsonaro no segundo turno.

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na esteira das investigações da operação Furna de Onça apontou movimentações financeiras atípicas de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz, além de repasses de oito assessores para as contas dele.

Tanto Nathalia quanto seu pai teriam sido exonerados dos gabinetes de Jair e Flávio Bolsonaro logo em seguida ao alerta. Queiroz prestou depoimento nesta investigação em junho e, à época, alegou não ter sabido dos vazamentos. Flávio Bolsonaro também declarou desconhecer um possível vazamento aos procuradores. Ambos são ouvidos na condição de testemunhas porque a investigação do MPF apura o envolvimento de servidores públicos federais no episódio.

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Já o MP estadual investiga o suposto esquema de rachadinhas no gabinete de Flávio, que teria sido operado por Queiroz. A conclusão das investigações, capitaneadas pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), foi feita na última segunda (1º) e enviada ao procurador-geral do MP do Rio, Eduardo Gussem.

Em nota divulgada no começo da noite de hoje, a defesa de Queiroz e de sua filha declarou “que eles não cometeram crimes e que vem sendo apontados injustamente pelo Ministério Público”. “Fabricio Queiroz, Marcia de Aguiar [mulher de Queiroz] e Nathalia Queiroz seguem à disposição da Justiça para o devido esclarecimento dos fatos”, afirma o texto.

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